A primeira sessão ordinária da Câmara de Vereadores de Vera Cruz, no anoitecer de segunda-feira, um dia após as eleições que definiram os novos governantes do Município, foi breve, cerca de meia hora, mas com destaque para os assuntos pessoais que denotaram o sentimento de gratidão - de quem se reelegeu, mas também de quem não conseguiu desta vez. É o caso do vereador José Abrelino da Silva, do PSB. Ele não vai mais ocupar uma cadeira no Plenário Ervino Schaefer a partir de 2021, mas usou a tribuna para agradecer a comunidade que confiou a ele a oportunidade de estar ali por sete mandatos, o primeiro assumido em 1989.
Um recorde na Câmara de Vereadores de Vera Cruz. Ao terminar este ano, Abrelino pretende pendurar as chuteiras.
Aliás, foi ele mesmo que, depois de cumprimentar os eleitos no dia 15, fez a relação do pleito com uma partida de futebol. “Se entra para ganhar, perder, ou empatar. Mas na política, só se perde ou se ganha”, frisou. No caso dele, ainda que tenha saído derrotado das urnas, o sentimento extravasado foi de gratidão pelas sete vitórias. Com 28 anos na função de legislador, ele falou no microfone: “acho que algo de bom eu fiz nesta Casa, porque fiquei por sete mandatos”, frisou, acrescentando que não tem como pagar a comunidade por esta confiança, apenas agradecer.
Aos 76 anos de idade, Abrelino salientou: “estou saindo com a cara limpa, com este jeito humilde e a consciência tranquila”. Após a sessão, ele confessou à reportagem do Arauto que sim, foi um discurso de despedida, e que não pretende mais concorrer. A ideia deste recordista de mandatos é ajudar a eleger o filho, José Leandro, nas próximas eleições, quem sabe dando continuidade ao legado de família.
