A situação dos agricultores familiares no Rio Grande do Sul está cada vez mais preocupante. A seca colocou a situação financeira de produtores de tabaco em risco. Dessa maneira, a Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS), está encaminhado durante esta semana, pedidos para que as empresas tabagistas antecipem a comercialização do produto. O objetivo da entidade é de que as fumageiras iniciem as aquisições em dezembro.
De acordo com o presidente da entidade, Carlos Joel da Silva, a intenção é, além de ajudar os produtores com recursos, evitar que o tabaco seja comprado por atravessadores, o que acaba desvalorizando o preço do produto. “Estamos pedindo para que as empresas comprem ainda este ano. Vimos que a colheita foi antecipada, principalmente, pelas questões climática e queremos evitar que atravessadores comprem e depois revendam para as empresas, o que acaba tirando o dinheiro dos produtores, que muitas vezes se veem obrigados a fazer isso para que não fiquem sem recursos”, explica.
Ainda de acordo com o presidente, as empresas se comprometeram em avaliar o tema, que envolve ainda o replanejamento das contratações de mão-de-obra. “Apenas uma empresa que comercializa o tabaco afirmou que não deve fazer a compra em 2020. As demais entenderam nossas preocupações e se mostraram dispostas a discutir internamente o tema”, destaca.
A Fetag não estipulou um prazo para que as indústrias retornem o pedido. Mas a expectativa da entidade é que a partir da próxima semana as indústrias comecem a retornar.
De acordo com o integrante da equipe diretiva do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Venâncio Aires (STR), Gilmar de Oliveira, em virtude da estiagem, os agricultores plantaram o fumo mais cedo, dando inicio à colheita já nestes meses. Ainda, conforme Gilmar, na última safra houve queda significativa na produção e quem vendeu o produto mais tarde acabou sofrendo com o rebaixamento de classes.