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Verão não agrava pandemia, aglomeração sim, alerta infectologista


Fonte: Jornal Arauto
Publicado 18/10/2020 09:57
Atualizado 18/10/2020 09:57

Geral   CORONAVÍRUS

Os sete meses de cuidados redobrados em função da pandemia causada pelo novo coronavírus mexeram com a rotina das pessoas, mas também parecem ter cansado. O uso de máscaras já não é tão frequente - de 92,7% passou para 73,5% o número de entrevistados que saem de casa usando a proteção - aponta pesquisa do Consórcio Intermunicipal de Serviços do Vale do Rio Pardo (Cisvale), feita de 3 a 4 de outubro na região.

Com a chegada do calor, é nítida a vontade das pessoas de ocupar praças e praias nos fins de semana e feriadões, como ocorreu neste último. Associado a isso, o número de infectados e mortos em todo Brasil têm caído, o que parece justificar o relaxamento das medidas protetivas. Mas a pandemia não acabou. E como deve ser o comportamento daqui para a frente, quando o verão oficialmente chegar? Para o infectologista Marcelo Carneiro, a estação mais quente do ano não aumenta os riscos de infecção. O que agrava é a aglomeração natural que vem junto com o verão, seja em espaços públicos, restaurantes, eventos de fim de ano e na areia na praia.

Para o médico, “a imunização de rebanho que vem acontecendo normalmente é um fator protetor, como aconteceu em 2009”, declara Carneiro. O que é isso? Como ainda não há vacina disponível, esse termo é usado para se referir que quando certa quantidade de pessoas já tiver contraído a doença e adquirido imunidade, o vírus não circula mais e a doença desaparece.

A pesquisa do Cisvale aponta que 12.165 pessoas já tiveram contato com o vírus na região. “Acredito que temos que cuidar e evitar aglomerações com pessoas de fora do convívio. Não vejo riscos maiores com crianças. A morte está relacionada com a idade, portanto, são esses que precisam se cuidar ainda neste momento da pandemia. Se a ‘segunda onda’ (de infecção) acontecer, que não seja nos mais idosos. Por isso, eles devem manter o cuidado inclusive em suas casas e interação com os seus familiares, especialmente nas festas de final de ano”, orienta o infectologista.

E a praia?

Nesta época, muitos já estão de olho nos aluguéis para passar as festas de fim de ano e as férias no litoral. Como deve ser? Carneiro reconhece que os riscos existem, especialmente pela proximidade das pessoas na faixa de areia. No entanto, bares e restaurantes já estão em funcionamento. Ele acredita que até lá a situação epidemiológica esteja ainda mais controlada, minimizando os riscos. Mas eles existem e requerem cuidados.


Foto: Carolina Almeida/ Jornal Arauto
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