É no período entre a primavera e o verão que se concentra a temporada de reprodução das abelhas. A enxameação, como é chamada essa etapa, ocorre quando a rainha, acompanhada de um número de abelhas operárias deixa um lugar à procura de um novo lar. Elas se reproduzem e elegem o local onde ficarão hospedadas. É possível observar com mais frequência o deslocamento por lugares públicos, podendo causar transtornos.
Para evitar acidentes, é necessário ter consciência dos problemas resultantes do mal contato com elas. Para manipulá-las ou retirá-las desses espaços, é importante contar com a ajuda de uma pessoa especializada que vai saber agir nessa situação, sem precisar matá-las, pois sem as abelhas, não seria possível manter um equilíbrio no ecossistema.
Neste caso, o auxílio de um apicultor ou bombeiro é bem-vindo. Em Vera Cruz, o apicultor Armin Poetter é responsável pela criação de mais de 250 caixas de abelha. Com apiários em Linha Sítio e Linha Capão, também realiza trabalhos de resgaste. “Tabalho com as abelhas há mais de 30 anos. Já fiz diversas capturas e transportei para o meu apiário para a produção de mel”, salienta.
Poetter destaca a importância do manuseio cauteloso com as colmeias, para evitar as ferroadas que podem causar ataques graves, principalmente se a pessoa é alérgica. “Para mexer com elas, é importante chamar um apicultor, e, quando não há esse profissional, procurar o corpo de bombeiros, pois eles vão avaliar e fazer o resgate e manejo adequado”, explica.
O apicultor ressalta ainda que a enxameação acontece, principalmente nesse período por causa da polinização. “A vida das abelhas é crucial para o nosso meio ambiente. Elas são as responsáveis pela polinização, e é através dela que as plantas se reproduzem”, explica. Conforme o apicultor, o extermínio do enxame deve ser considerado a última opção. “Se colocar veneno ou atear fogo, as abelhas vão se sentir ameaçadas e as chances delas atacarem são altas”, frisa.
O sargento do corpo de bombeiros de Vera Cruz, Eder Porto Ferreira, alerta sobre o fenômeno natural. “Os enxames migratórios normalmente passam a noite em galhos de árvores ou outros locais para descansar, indo embora horas depois. É um comportamento normal”, explica. Ele informa ainda que o extermínio desses animais em rota migratória é considerado crime ambiental, previsto por lei. “Exterminar as abelhas é crime, exceto quando há uma situação de perigo iminente para a comunidade”, ressalta.
No entanto, segundo Ferreira, a guarnição avaliará o cenário objetivando um isolamento ou conduzindo os enxames para um local mais seguro, antes da eliminação. “Aconselhamos também ao morador que procure um apicultor para fazer a remoção do enxame”, enfatiza.