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"Queremos uma Santa Cruz da gente, um município em que cabem todos", diz Frederico de Barros


Publicado 01/10/2020 07:00
Atualizado 01/10/2020 07:04

Política   ENTREVISTA

A série de entrevistas do Grupo Arauto com os candidatos a prefeito de Santa Cruz do Sul apresenta hoje (1º), o jornalista Frederico de Barros (PT). Terceiro nome a ser confirmado durante as convenções municipais para disputar o Palacinho, Frederico encabeça a chapa que tem como vice, a também jornalista Manu Mantovani, na coligação “Santa Cruz da Gente”.

Durante essa semana, estão sendo veiculadas as entrevistas com os candidatos à Prefeitura de Santa Cruz do Sul, que responderam questionamentos no formato ping-pong - pergunta e resposta - sobre temas como saúde, economia, mobilidade urbana, obras públicas, além de compartilhar a trajetória e pontuar por que decidiram se candidatar para governar o município.

Quem é?

Frederico de Barros Silva tem 27 anos, é jornalista de formação e sócio-proprietário de uma empresa de comunicação. Iniciou a militância política no movimento estudantil da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). Em 2016, se filiou ao Partido dos Trabalhadores (PT), sigla a qual os pais foram filiados e sempre votaram e, no mesmo ano, foi convidado para ser o assessor de imprensa do vereador Alberto Heck. Em 2019, Frederico se tornou presidente da legenda.

Grupo Arauto: Por que decidiu se candidatar para governar Santa Cruz?

Frederico: "Decidi me candidatar a prefeito por ver que Santa Cruz do Sul é um município próspero, de gente trabalhadora, mas ainda muito desigual. Queremos uma “Santa Cruz da gente”, um município em que cabem todos. Estamos entre os 100 municípios mais ricos do país, porém a desigualdade social é enorme e está mais clara nos bairros, mas que também atinge o interior. Além disso, há duas décadas duas famílias se revezam no poder, enquanto a vida das pessoas não muda para melhor. O PT teve apenas uma participação na gestão municipal, como vice na gestão Kelly-Campis. Nossa presença foi fundamental nessa que mais recursos trouxe a Santa Cruz e que mais investiu nos bairros. É preciso avançar ainda mais".

Grupo Arauto: A pandemia mexeu nos mais variados setores. Não foi diferente com o público, que precisou equilibrar a equação saúde e economia. Qual o desafio, a partir de 2021, para voltar a crescer, seja no setor industrial, seja no comércio? Como retomar a empregabilidade?

Frederico: "A pandemia vitimou 135 mil brasileiros até o momento, reflexo do descaso dos governantes, em especial, do governo federal. Desta forma, o governo não cuidou nem da saúde, nem da economia. Estamos chegando a mais de 12 milhões de desempregados e não há nenhuma política nacional clara de proteção ao emprego. É preciso focar na geração e proteção de empregos auxiliando as empresas e, principalmente, os micro e pequenos empreendedores que são mais de 7 mil em Santa Cruz do Sul e geram muitos empregos direta e indiretamente. Através de linhas de crédito, fortalecendo este setor e incentivos a empresas que mantenham os empregos, não tenho a menor dúvida de que vamos voltar a ver a nossa economia crescer novamente. O povo, com dinheiro na mão e o seu emprego protegido, vai reaquecer o mercado interno. Além disso, é preciso fortalecer os comerciantes locais, fazendo com que as pessoas deem a preferência para compras no município, ao invés de comprar em outras cidades".

Grupo Arauto: Santa Cruz do Sul tem frota superior a 90 mil veículos. Além disso, é a cidade polo no Vale do Rio Pardo. Como você vê o modelo ideal de mobilidade urbana?

Frederico: "Hoje, o trânsito de Santa Cruz tem muitos transtornos e a estimativa é de que a frota de carros aumente. Esse cenário implica em consequências não só para a mobilidade, mas também para as questões ambientais e climáticas por conta da poluição. A saída principal é o fortalecimento do transporte coletivo, a bicicleta, patinetes, e, dentro de regras claras, o transporte por aplicativos. Nos últimos seis anos, a passagem foi de R$ 2,60 em 2014 para R$ 4,45. Só no último governo, temos um aumento de 97% do preço da passagem. Quem perde com isso é o trabalhador e a trabalhadora. Vamos fortalecer o transporte público, aumentando o número de linhas e em horários diferentes, permitindo que quem trabalha seja beneficiado e gaste menos do seu salário com a sua locomoção. Vamos transformar Santa Cruz num município que seja exemplo no uso de bicicletas, patinetes e outros meios não poluentes. Assim se constrói o futuro a partir do presente".

Grupo Arauto: Saúde é tema latente, sempre. Na sua gestão, qual o foco que esta área terá? O que de mais importante deve ser feito a partir de 2021?

Frederico: "A saúde é um direito de todos e de todas, por isso, deve ser assegurado para qualquer cidadão ou cidadã que precisa destes serviços. O fortalecimento do SUS é fundamental para a prestação de um serviço de qualidade nesta área. Vamos buscar parcerias para retomar o Plantão de Atendimento 24 no Hospitalzinho. Também vamos descentralizar o funcionamento da Farmácia Municipal, instalando pontos nos bairros mais populosos, mantendo um local com plantão 24 horas. E, por fim, é preciso pensar em políticas públicas de saúde que vão de encontro com a prevenção de doenças, através das Práticas Integrativas e Complementares de Saúde e com estratégias discutidas com os Agentes Comunitários de Saúde. O fortalecimento da Estratégia Saúde da família nos bairros, no interior e no centro de Santa Cruz do Sul é fundamental para evitarmos filas de espera e o sobrecarregamento o sistema de saúde. Atuando na prevenção, teremos uma Santa Cruz com gente mais saudável".

Grupo Arauto: Uma das grandes demandas da população são obras públicas. Seja por melhorias em vias, parques, praças e prédios que prestam serviços públicos. Dentro dessa área, qual será a sua prioridade?

Frederico: "Uma das principais marcas destes governos que tem passado pela administração municipal é a falta de diálogo com a comunidade sobre os investimentos que devem ser feitos. Um dos eixos do nosso plano de governo é a participação popular que se dará através do Orçamento Participativo. É pelo Orçamento Participativo que vamos discutir com a população quais são as prioridades de investimento em cada região do município. Aprendi na política que, quando nós ouvimos as pessoas e estabelecemos um diálogo, nós erramos muito menos. Portanto, junto à população nós vamos ter um governo com participação cidadã, com obras e investimentos que são pensados para resolver problemas e não para serem cartões postais do governo que está na administração municipal".

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Foto: Rafael Cunha/Portal Arauto
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