Ao comprar um produto de origem animal, é imprescindível verificar o selo de procedência. O abate clandestino e o comércio de produtos de origem animal sem comprovação de proveniência e sem inspeção, além de serem consideradas práticas ilegais, representam perigo à saúde da população. Mas como é possível identificar esse selo e garantir que o produto levado para casa seja seguro para o consumo da família?
No município vale-solense, por exemplo, apenas dois estabelecimentos produzem embutidos registrados com o selo do Serviço de Inspeção Municipal (SIM): Agroindústria FS Klein, localizada em Alto Formosa, e Paulo Sérgio de Carvalho Cia Ltda, no centro do município. O número de registro único consta nos rótulos dos produtos comercializados. Essa certidão é concedida apenas para os locais que atendem as exigências sanitárias contidas no Decreto Municipal.
De acordo com o médico veterinário da Prefeitura de Vale do Sol, Fabiano Noal, o estabelecimento deve cumprir as normas sanitárias para a produção de alimentos, conforme a sua atividade. “Uma agroindústria de ovos tem exigências diferentes de um estabelecimento que produz embutidos. Para fabricação de embutidos, é necessário uma sala climatizada para manter a temperatura abaixo de 16 graus e a aquisição de equipamentos adequados para exercer essa função”, explica o veterinário.
O consumo de produtos com procedência garante a saúde do consumidor. Segundo Fabiano, a ingestão de alimentos sem procedência traz riscos em consequência da falta de inspeção dos animais antes e durante o abate. Sem garantia de que os animais abatidos são sadios e não portam doenças. “Produtos não inspecionados são fabricados em locais sem certificação da qualidade da água utilizada no processo, servindo como fonte de contaminação para o alimento produzido, falta de controle de pragas e vetores, bem como das condições de armazenamento e transporte desses alimentos”, salienta.
Noal ressalta ainda que existem diversas doenças provenientes da carne contaminada. Entre elas estão a tuberculose, cisticercose, brucelose, salmonelose, intoxicação e toxinfecção alimentar e botulismo. Além da contaminação por carnes abatidas com animais febris ou com lesões. A mais grave é a neurocisticercose, que pode provocar problemas no sistema nervoso. “Por isso, o objetivo de fiscalização e legalização é para garantir a segurança alimentar da população”, destaca.
Para os proprietários dos estabelecimentos em Vale do Sol, o selo é a garantia, tanto para a empresa, quanto para o consumidor, de uma comercialização adequada e de qualidade para todo o município. Além de estar em conformidade com os órgãos externos fiscalizadores. Com os investimentos, é assegurado um produto diferenciado, com mais sabor e qualidade.
O consumidor deve observar se os alimentos estão embalados com o carimbo do serviço de inspeção (municipal, estadual ou federal). Para isso, é necessário dispor de alguns cuidados.
- A procedência é comprovada pelo carimbo na carne e pela nota fiscal do frigorífico.
- O cliente tem o direito de solicitar a identificação da origem do produto. Nela, devem constar a data de produção e de validade e a origem do animal.
- Prestar atenção às condições gerais de higiene do estabelecimento. Tanto no açougue quanto no supermercado, o consumidor deve verificar as condições de higienização do local.
- É importante observar se os alimentos estão protegidos de insetos, bem armazenados e refrigerados.
- Outro cuidado é estar atento ao preço. Valores muito abaixo da média costumam indicar, muitas vezes, produção clandestina.
- Em caso de procedência duvidosa da carne, o consumidor pode fazer denúncias na Vigilância Sanitária Municipal da sua cidade ou Estadual e no Ministério Público.