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Comerciantes locais apostam em estratégias para driblar falta de moedas


Fonte: Jornal Arauto
Publicado 29/09/2020 15:00

Geral   ONDE FORAM PARAR?

Onde foram parar as moedas? É o que se perguntam os comerciantes locais, que têm procurado driblar a falta de troco nos últimos meses. A escassez é geral, independentemente do tipo de comércio, avalia o presidente da Associação Comercial, Industrial, Serviços e Agropecuária (Acisa), de Vera Cruz, Ubirajara de Almeida. “Com essa escassez de moedas, os comerciantes saem no prejuízo, já que precisam, muitas vezes, devolver um valor mais alto do que realmente vale o troco”, salienta. 

O sócio-proprietário de uma rede de sorveterias que atua em Vera Cruz e Santa Cruz do Sul, Gilnei Turra, afirma que o problema se tornou mais recorrente na pandemia. Nos estabelecimentos, os valores que mais faltam são as moedas de R$ 0,25, R$ 0,50 R$ 1, mas as notas de R$ 2 e R$ 5 também estão “desaparecendo”. “Em outros tempos quando tínhamos dificuldade de adquirir moedas, conseguíamos junto aos bancos ou até mesmo no pedágio de Venâncio Aires. Quem também nos conseguia moedas de R$ 1 eram as empresas de ônibus, mas agora, eles não têm e ficamos sem alternativas”, explica, ao citar que R$ 500 em moedas não dão conta da demanda de troco necessária para o período de um mês. 

ESTRATÉGIAS PARA DRIBLAR O PROBLEMA

Conforme Gilnei, o que deve amenizar temporariamente a situação é a ajuda de uma amiga de Porto Alegre, que lhe trará algumas moedas. Outra alternativa para driblar o problema e estimular os consumidores a desapegarem das moedas que guardam na carteira ou no cofrinho é uma campanha promovida pelas unidades da sorveteria nas duas cidades. “Se o cliente trocar moedas com a gente, em valor que equivale a R$ 50, ganha um picolé de fruta”, garante Gilnei. E as estratégias não param por aí. Em Santa Cruz do Sul, por exemplo, uma rede de postos de combustíveis trabalha em campanha parecida. De acordo com o gerente comercial, Márcio Santos, a cada R$ 5 em compras com moedas, os clientes ganham um café expresso. “É uma alternativa que tem dado muito certo, estamos tendo um retorno bacana”, comemora. Márcio salienta, ainda, que para amenizar a dificuldade com o troco, os preços dos produtos comercializados estão tendo que ser repensados. 

Qual é a origem do problema?

Entre os motivos que podem estar contribuindo para a escassez de moedas no comércio, conforme Márcio, é a falta de circulação monetária em espécie. “Cada vez mais os boletos estão sendo pagos através de aplicativos e as compras com cartão de crédito”, exemplifica. 

Dessa forma, Márcio, assim como Gilnei, pedem a colaboração da população para que troquem com o comércio as moedas guardadas em casa. “Sei que muita gente guarda as moedas durante todo o ano para trocar só em dezembro, mas nosso apelo é para que se desfaçam mais cedo delas e nos ajudem, pois precisamos muito”, completa. 

 


Foto: Taliana Hickmann / Jornal Arauto
Comerciantes apostam em campanhas para estimular população a trocar moedas
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