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Queda nas vendas de indumentárias gaúchas chega a 80% em Santa Cruz


Publicado 16/09/2020 16:42
Atualizado 16/09/2020 16:42

Geral   PANDEMIA

Considerado o Natal das vendas de indumentárias gaúchas, o setembro em 2020 é outro por conta da pandemia. De quatro estabelecimentos de Santa Cruz do Sul, três relataram ao Portal Arauto uma queda de 80% e o quarto apontou redução de 50% nas vendas em comparação com o ano passado. Os principais itens menos vendidos desde o início da crise do coronavírus são as pilchas específicas para eventos, como bailes, rodeios e desfiles tradicionalistas. 

Na Selaria Gaúcha, o proprietário Denilson Borgmann destaca que, pela primeira vez, agosto foi mais rentável do que a primeira quinzena de setembro. "Para o Dia dos Pais vendemos bombachas, alpargatas, chapéus e acessórios para churrasco. Porém, no mês de setembro - que seria nossa safra - o movimento é muito pequeno", diz. 

Para tentar recuperar a situação, o estabelecimento aposta em outros produtos, como o artesanato e a decoração. "Estamos investindo em pelegos e tapetes de couro para residências e na venda de quadros, mateiras, porta-espeto, copos para caipira e gamelas", ressalta. Além disso, a empresa aumentou a participação nas redes sociais, a fim de anunciar as opções da loja.

Nessa mesma linha, segue a Maragata Pilchas e Selaria. Conforme a proprietária, Ana Paula Baierle, a internet tornou-se o destaque em meio à queda na movimentação. "Nos mudamos do centro para o Arroio Grande e ganhei um novo público, mais online. As vendas são diferentes, geralmente para pessoas que realmente usam itens tradicionalistas no dia a dia", explica. 

Já na parte de selaria, embora com as cavalgadas canceladas, Ana Paula registrou um aumento na procura. Segundo ela, quem tem cavalo passou a ter mais contato com os animais nos fins de semana, como um novo hobbie.

No recanto das Botas, as principais vendas neste período de crise são as alpargatas. De acordo com o proprietário Carlos Júlio Rodrigo Müller, o produto ainda é bem requisitado por ser mais barato e um item mais utilizado no cotidiano. "Com a chegada do calor, nossa expectativa é que venda ainda melhor", ressalta. Entretanto, no geral, a pouca movimentação não gera boas expectativas. "Estamos fazendo promoções para superar essa crise, mas não estou otimista. Setembro seria nosso Natal", lamenta. 

Da mesma forma, na Casa Duarte, as vendas estão fracas. Para a vendedora Letícia Dornelles, a falta de eventos dificulta a comercialização, algo ainda mais perceptível em setembro, mês em que as lojas lucrariam com os eventos da Semana Farroupilha. "Estamos nos reinventando, focando na internet. Para o Dia dos Pais tivemos vendas razoáveis, com comércio de camisas e alpargatas. Mas, no geral, a movimentação é muito menor do que em outros anos", fala.


Foto: Arquivo/Jornal Arauto
Estabelecimentos apostam em promoções e vendas online para tentar superar o período
Estabelecimentos apostam em promoções e vendas online para tentar superar o período