Buracos, má sinalização, desníveis e trechos sem camadas de asfalto. Essa é a realidade para quem trafega pela RSC-153, estrada inaugurada há cerca de uma década como importante rota de escoamento da produção do interior gaúcho. Transitar pela rodovia tem sido preocupante aos motoristas, devido às imperfeições que se acumulam principalmente entre os municípios de Vale do Sol e Barros Cassal. É difícil encontrar pontos em perfeitas condições em seu percurso.
A precariedade no asfalto nos últimos anos tem provocado inúmeros acidentes e inibido o fluxo de carros e caminhões como consequência. Em dias de chuva, as condições pioram, acarretando em desmoronamentos, deslizes de terra, acúmulo de água na pista e mais buracos, que podem chegar a 30 centímetros de profundidade.
Foi em decorrência desses problemas que o jovem Darles Maurício Wegner, de 23 anos, sofreu um acidente, em julho deste ano. Wegner seguia de Santa Cruz do Sul a Sinimbu, quando, por causa de uma ondulação na pista, perdeu o controle do veículo e colidiu contra um barranco. As marcas do acidente ocasionaram apenas prejuízos materiais. Entretanto, segundo ele, o susto foi enorme. “Quando você dirige em um local com má visibilidade e o asfalto está muito ruim, complica. Põe em risco as nossas vidas”, declara.
Conforme dados do Comando Rodoviário da Brigada Militar, entre janeiro e agosto, houve dois acidentes com lesões corporais, uma ocorrência com danos materiais e dois acidentes com mortes. As fatalidades foram registradas em maio. Uma colisão frontal envolvendo um Gol, com placas de Herveiras, e um Fiat Strada, com placas de Santa Cruz do Sul, matou Loribaldo Krug, de 64 anos, no dia 1º. O acidente aconteceu nas proximidades do trevo de acesso a Herveiras. O outro acidente foi no trevo de acesso a Gramado Xavier, no dia 12. Walter Martins Fatuetti, de 37 anos, natural de Passo Fundo, era condutor de um caminhão, perdeu o controle e colidiu no pórtico de entrada à cidade. Walter faleceu a caminho do hospital.
SÓ TAPA-BURACO
De acordo com a 3ª Superintendência Regional do DAER de Santa Cruz do Sul, no momento é realizada operação tapa-buracos na rodovia, a fim de melhorar as condições de trafegabilidade. Contudo, intervenções mais significativas dependem da disponibilidade de recursos financeiros. Enquanto não houver uma operação de restauração mais ampliada na via, os motoristas continuam desviando das “emboscadas” que surgem no meio do caminho. “Faço esse trajeto pelo menos uma vez ao mês para visitar parentes e cada vez está ficando mais difícil dirigir por ali”, frisa Wegner, que já se acidentou na estrada.