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Corajosa, inquieta, pesquisadora nata. Andreia Valim se torna referência em Santa Cruz


Publicado 05/09/2020 18:46
Atualizado 05/09/2020 19:12

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Você conhece a Andreia da Unisc? A identificação do nome com a instituição não é por acaso, foi evidenciada em meio a pandemia, e mostra a realidade de uma profissional que há cerca de duas décadas cede o talento em prol da comunidade local. Natural da pequena Santo Augusto, cidade do Norte gaúcho com pouco mais de 13 mil habitantes, Andreia Rosane de Moura Valim, responde pela diretoria de Inovação e Empreendedorismo da Universidade de Santa Cruz do Sul e como doutora em Biologia Celular e Molecular se tornou peça importante na comunidade santa-cruzense no enfrentamento da pandemia do novo coronavírus.

Séria e dedicada quando o assunto é trabalho, a trajetória da profissional foi marcada pelo desafio. Criada no interior, por pais professores que sempre incentivaram a educação, não demorou muito para que os sonhos dela cruzassem as fronteiras de Santo Augusto. Após formação no Ensino Médio, Andrea decidiu ir para Porto Alegre, onde foi aprovada no vestibular para o curso de Farmácia da UFRGS. Inquieta, se encantou pela pesquisa, o que lhe rendeu um convite para acompanhar uma de suas professoras a uma viagem de Estudos na Holanda. “Eu fui inicialmente convidada para dar suporte pra ela, mas em pouco tempo já estava no laboratório atuando”, relembra com largo sorriso no rosto.

Formada, começou mestrado na UFRGS, com temporada na Universidade de Berkeley da Califórnia, referência em saúde pública. Com o título em mãos, uma nova “mudança de ares” se apresentou. “Meu marido é servidor público e em 1999 estava a fim de pedir transferência para alguma cidade do interior. Lembro que ele me perguntou o que eu achava e tinha Santa Cruz e Caxias do Sul como opções. Concordei e então viemos conhecer Santa Cruz. Recordo também que ele falou que tinha uma Universidade e que eu iria gostar. E foi aqui que constituímos nossa família e somos muito felizes até hoje”, conta.

Em 2001, quando já fazia doutorado, veio o convite para ser professora na Unisc. “Eu queria muito dar aula na Unisc, mas coincidiu com a minha gravidez e o doutorado, que me exigia viagens frequentes para Porto Alegre, então por achar que não iria conseguir dar conta de tudo e acabei decidindo concentrar minha energia nos estudos”, disse. 

Porém um ano depois a oportunidade voltou a aparecer e com o aceite, iniciava ali a trajetória da “Andreia da Unisc”. Foi professora, coordenou o Curso de farmácia e partir dai iniciou como gestora. “Eu sempre disse que eu gosto de ser professora, gosto de ser pesquisadora, mas na instituição aprendi e sou mais gestora” conta, rememorando passagens como coordenadora de pesquisa e pró-reitora de pesquisa e pós-graduação.

Com atuação importante no processo da remodelação da comunidade acadêmica, assumiu a diretoria de Inovação e Empreendedorismo. “Enquanto pró-reitora de pesquisa sempre me envolvi com ambiente de inovação, e fui conversando com a Carmen e o Rafael para eu contribuir com a minha pesquisa no fortalecimento da Unisc na aliança com empresas. Ajudar a empresa a se desenvolver, buscar modelos de inovação, e daí começamos a alinhar projetos”.

Veio a pandemia

Desafio para muitos, a pandemia despertou ainda mais a inquietação da pesquisadora. Instigada pelo infectologista Marcelo Carneiro, tomou a frente do projeto para que a Universidade realiza-se testes para detecção da Covid-19 do tipo PCR. Assim, agilizando diagnósticos. “Um profissional de saúde não pode fugir. Sabia que tinha colegas de primeira linha que estariam junto comigo e um grande estrutura da Unisc de apoio. Decidimos encarar e foi um desafio enorme. Eu sabia que eu poderia estar arriscando a minha vida e a de quem eu trouxesse para a equipe. A pandemia era algo muito novo e que ainda não se sabia ao certo como lidar quando topamos esse desafio”, destaca.

Com o diagnósticos mais rápido, centenas de testes já foram feitos no laboratório da universidade, com resultados entregues em no máximo 40 horas. Com pensamento positivo, Andreia Valim vê o trabalho contra a Covid bem feito até aqui e acredita em notícias melhores para os próximos meses. “Santa Cruz encarou muito bem. Preciso destacar o trabalho da coordenadora da Vigilância Epidemiológica, Luciane Weiss que é muito competente, e desde o início cuida minusociamente de cada caso. A população também respondeu bem. Sobre o futuro acredito que teremos vacina até o fim do ano. Em tendo vacina, vamos entrar em 2021 com a vida começando a voltar com uma certa normalidade, com as pessoas aprendendo a importância usar máscara quando estiverem resfriadas. O certo é que 2020 nos trouxe costumes que vamos precisar manter”, afirma.

Além dos diagnósticos, coloca o TecnoUnisc à disposição de empresas locais. "Trabalhamos já há algum tempo para fortalecer a aliança da instituição com as empresas e agora se faz ainda mais importante e queremos ajudar. Tem tanta solução imposta e a Unisc está pertinho para ajudar. Junto podemos achar uma solução".

Fora da Unisc, a família e a prática de esporte

Com jornada ampliada de trabalho, Andreia vê no esporte a distração e saúde e na família o carinho que tanto precisa. “Meu marido e meus filhos me dão muita força. Hoje ficamos envolvidos com laudos em uma rotina com muitas horas de trabalho e eles me dão toda a base. Meu marido é um super pai, um parceirão que tem me dado todo o suporte com meus filhos”, comenta, destacando também as práticas esportivas. “Gosto de atividades física, caminhadas, ciclismo, academia e isso também me ajuda a encarar melhor a rotina”.