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Vera Cruz é uma das cidades que mais desativou telefones fixos no último ano


Fonte: Jornal Arauto
Publicado 29/08/2020 14:35
Atualizado 29/08/2020 14:35

Geral   TECNOLOGIA

A tecnologia tem provocado uma série de mudanças nos hábitos das pessoas. E a área da comunicação é uma das com mais impacto. São videochamadas, trocas cada vez maiores de mensagens de áudio, texto, envio de fotos, vídeos, documentos e tantos outros. Mas e como estão as linhas de telefone fixo? Você sabe quantas têm em cada município? Quantas têm sobrevivido a esse mundo cada vez mais virtual?
Um levantamento da Anatel mostra que em Santa Cruz do Sul, com base em dados de junho, são 24.106 telefones. Se comparar com os números de junho do ano passado, a queda é de 7,8% - lá eram 26.134 linhas ativas. Dos demais municípios do entorno da Terra da Oktoberfest, todos apresentaram queda no número de telefones. Em Vera Cruz, por exemplo, a retração é ainda maior, chegando a exatos 14%. Das cidades próximas, Herveiras tem o menor índice, sobretudo pelo número absoluto de telefones ativos. São 62 hoje e eram 64 no ano passado. A maior queda, por sua vez, é visualizada em Rio Pardo: 17,6% das linhas foram desativadas nos últimos meses.

Essa queda, aponta o gerente de uma loja de eletrodomésticos e eletrônicos de Vera Cruz, Anderson Ketzer, faz com que praticamente não ocorra mais vendas de aparelhos de telefone fixo. “Quem ainda procura é porque o aparelho que se tinha estragou. Vendas para novas linhas acredito que seja zero”, diz ele, ao mencionar que a procura é para aparelhos do modelo sem fio. Na loja em que Tiago Assunção é gerente, o item já não integra mais o rol de produtos há três anos. Segundo ele, de dois a três clientes por ano perguntam sobre telefone fixo. “E são empresas. Pessoas físicas não mais”, frisa.

MAS AINDA TEM QUEM SÓ USA FIXO
Embora sem estatísticas para apontar com precisão, é nítido que o setor comercial e os moradores de zonas rurais são os que mais mantêm linhas de telefone fixo. Jacinta Kurz, moradora de Linha Andréas, no interior de Vera Cruz, é um dos exemplos. O sinal das operadoras móveis oscila, deixando, muitas vezes, sem comunicação quem mora longe da cidade. E esse é um dos motivos que leva Jacinta a não desligar o convencional. Aos 59 anos, a linha já está ativa em sua propriedade há mais de 15 anos. Os filhos até estimulam ela a adquirir um aparelho celular novo, com acesso à internet e ao WhatsApp, mas nesse momento, segundo ela, não há interesse. “Eu tenho um telefone celular. Eu uso ele quando vou pra cidade ou aqui em casa, mas aí precisa ser do lado de fora. Como vou sair à noite pra fazer uma ligação se precisar? Então, preciso ter o fixo”, observa.

As linhas convencionais, aliás, têm qualidade maior nas ligações, não sofrendo tanto com interferências climáticas. Esse é outro fator que faz com que Jacinta não suspenda o contrato com a operadora. No entanto, um problema que recentemente atingiu a zona rural de Vera Cruz, incluindo a localidade onde ela mora, foi o roubo de cabos de telefone. Por um período, então, fazer ligações, era um desafio. Após incessantes lutas e pedidos de colocação de novos cabos por parte da concessionária, o problema foi solucionado.


Foto Lucas Batista/Jornal Arauto
Jacinta mora em Linha Andréas e prefere fazer ligações através do telefone fixo
Jacinta mora em Linha Andréas e prefere fazer ligações através do telefone fixo