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“Meu pai formou uma família de guerreiros”, diz filha de empresário morto em assalto


Fonte: Jornal Arauto
Publicado 09/08/2020 20:00
Atualizado 09/08/2020 20:38

Geral   ESPECIAL DIA DOS PAIS

 “Exemplo de garra, força, simplicidade e amor ao próximo.” Kethlin Meurer não esconde a emoção ao lembrar do pai, baleado em um assalto no dia 13 de julho de 2016. Gerson Artur Meurer, na época com 51 anos, chegava em casa, junto ao posto de combustíveis que administrava em Linha Nova, no interior de Santa Cruz do Sul, quando foi atacado por três homens. Levou um disparo fatal no abdômen. Lutou pela vida – dele e da filha. Kethlin estava sozinha na residência no momento do assalto e Gerson impediu que os ladrões entrassem. Foi guerreiro. “Meu pai poderia ter dito: ‘entrem na casa, levem o que vocês quiserem’. Mas ele sabia que eu estava lá e sozinha”, relembra a jovem, que busca nas marcas deixadas pelo pai o conforto.

Aliás, marcas muito fortes. Gerson era empresário, construiu um posto de combustíveis, foi presidente de comunidade religiosa, torneiro mecânico e um cara do bem, disposto a ajudar a todos. “Meu pai formou uma família de guerreiros. Minha mãe e minha tia hoje mantêm o posto por tudo que meu pai ensinou”, diz ela, ao lembrar do Gerson presente, amoroso e parceiro que sempre teve ao lado. “Ele não ia dormir sem me dar um beijo e um boa noite. Contava histórias e adorava me filmar. É por isso que gosto tanto da profissão que escolhi”, comenta Kethlin, hoje jornalista. 

O Gerson do posto, marido da Silvane e pai da Kethlin não sairá da memória de quem o conheceu. Protagonista da festa do Porco do Rolete, tradicional programação de Linha Nova, ele era aquele que criava, que lutava pelos sonhos. Edificou histórias, deixou legados e sorrisos. “Meu pai era daqueles que quando estava num dia ruim, cantava. Eu nunca vi ele chorando”, comenta a jovem, apegada nas lembranças positivas e no exemplo de determinação com que ele levava a vida. “Pode passar quantos anos for que eu vou chorar e lembrar dele. Mas um choro de emoção. Não é pelo fato de não estar mais aqui fisicamente que não está no coração”, pontua ela.

E mais do que no coração, a presença de Gerson está pela casa, espalhada nos tantos porta-retratos e nos álbuns que a família guarda. Em cada registro, seja na confirmação, na formatura da escola ou na festa de 18 anos de Kethlin, um semblante feliz, de alguém que amava a família e os amigos. “Meu pai não está mais aqui para ver minha formatura em Jornalismo, mas, de onde quer que esteja, com certeza, está me guiando”, arremata ela, que, assim como o pai, busca na positividade e no sorriso contagiar quem do seu lado está - legado deixado, também, pelo seu maior guerreiro.

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Foto Lucas Batista/Jornal Arauto
Nas fotos, Kethlin revê momentos vividos com o pai
Nas fotos, Kethlin revê momentos vividos com o pai

“Meu pai formou uma família de guerreiros”, diz filha de empresário morto em assalto