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Residência geriátrica de Vera Cruz cria cortina que possibilita abraços familiares


Fonte: Jornal Arauto
Publicado 28/07/2020 20:10

Geral   PARA AMENIZAR A SAUDADE

Emoção. Se tem uma palavra que resume cada encontro dos familiares com os 19 vovôs e vovós da Residência Geriátrica Viver Bem, de Vera Cruz, é emoção. Com a pandemia causada pelo novo coronavírus, o isolamento começou cedo, desde 20 de fevereiro, especialmente pelo temor que a doença chegasse ao público idoso, mais vulnerável. As visitas, sempre tão esperadas, eram feitas apenas do portão ou com a separação de um vidro, com a distância segura. Mas essa falta de contato foi muito triste para todos, afirma a enfermeira Vânia Frantz Schlesener, proprietária da casa geriátrica. Foi então que veio a inspiração, descoberta no aplicativo Tik Tok. Uma cortina que pudesse aproximar dois corações em um abraço.

A pesquisa foi intensa, primeiro pela procura de um material seguro e de fácil higienização, até que Vânia desafiou a equipe da empresa Zaka para confeccionar, e deu certo de primeira. Depois de dois meses sem sentir o calor do abraço dos filhos e netos, os idosos tiveram uma surpresa por ocasião do Dia das Mães. Com horários agendados com os familiares, foi preparado um cenário e o vovô, que estava sentado, sentia o toque do familiar por meio da cortina. O familiar, com avental de isolamento e máscara, teve a chance de surpreender com as palavras de conforto e transmitir todo o amor e a saudade com o tão esperado abraço, possibilitado por uma cortina transparente confeccionada com espaço para colocar os braços. As visitas assistidas tiveram que ser temporariamente interrompidas porque os casos de coronavírus na região aumentaram, mas assim que a situação estabilizar, serão retomadas.

Entre os reencontros emocionados, um deles pode ser conferido na página do Facebook da Residência Geriátrica Viver Bem. Era Suzete Schilling, filha da dona Edith, 92 anos. “Hoje tu ainda tem uma mãe”, disse Edith, entre os braços da filha. A expressão “vai passar”, entre as lágrimas, passa a ecoar na cabeça de quem assiste e se emociona. Suzete conta que sua mãe sempre gostou muito de passear, então esse distanciamento tem sido especialmente difícil. “A gente pegava a mãe todos os fins de semana, e durante a semana ainda pegávamos ela para dar umas voltas, sempre gostou muito de andar na rua”, destaca ela. As três filhas de dona Edith amenizam a saudade com chamadas de vídeo, visitas até o portão, mas ela quer mesmo é passear. E Suzete está ansiosa para que realmente tudo isso passe logo, para levar a mãe para tomar um café e andar de carro pela cidade, programas que elas adoram compartilhar.


Foto Divulgação
Aila e sua vó, Edith, num abraço emocionado
Aila e sua vó, Edith, num abraço emocionado