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“A condução não pode ser no automático", diz motorista de ambulância


Fonte: Jornal Arauto
Publicado 26/07/2020 07:52
Atualizado 26/07/2020 07:53

Geral   ESPECIAL COLONO E MOTORISTA

Ele se desafia na estrada. Usa da experiência para driblar os perigos e busca, com segurança, transportar quem naquele momento precisa de atendimento médico – muitas vezes, com urgência. Ismael Xavier é condutor de ambulância. Já trabalhou na Santa Cruz Rodovias, no SAMU e atualmente está na Secretaria de Saúde de Vera Cruz. É técnico de enfermagem por formação, o que contribui na rotina diária. Aliás, tornar-se condutor de ambulância tem ligação direta com sua formação. “O fato de ser técnico de enfermagem, atuando em resgate de urgência e emergência, em que você precisa ser muito técnico na abordagem, ter raciocínio rápido e sem margens para erro, fez com que eu unisse estas duas profissões”, conta ele, ao mencionar que esta é uma profissão em que se desenvolve uma série de habilidades. “Destaco atenção, paciência, capacidade de antever o perigo, ser previsível nas ações de condução para não ocasionar acidentes, respeito pelo próximo no trânsito, entre outras”, enumera Ismael, que lembra de um dia a dia de bastante pressão. ”Mas isso não deixa margens para erros, porque esses erros podem ser fatais. Antes de tudo, o condutor deve zelar pela sua vida, por que assim saberá o dever que tem em suas mãos”, frisa.

Neste sentido, Ismael pontua da experiência, não só como condutor de ambulância, mas em qualquer função que venha a desempenhar. “O dia a dia nos faz viver um dia de cada vez, não executando nossa condução em modo automático”, ressalta, ao dizer que isso muitas vezes faz a diferença em desviar de uma situação inesperada. “Certo dia, retornando de Porto Alegre com um paciente transplantado, avistei um veículo vindo na contramão, muito próximo de nós. Foi questão de segundos para evitar uma colisão frontal, o que poderia ser fatal. O paciente ficou muito assustado pela agressividade da manobra, mas foi o que salvou nossas vidas naquele retorno noturno e chuvoso. A baixa visibilidade, mas com a atenção redobrada, fez com que eu conseguisse desviar, deixando-nos ilesos, além do motorista do outro veículo”, lembra. “É uma fração de segundos e a atenção em executar uma manobra bem feita que fazem toda a diferença para quem vive o dia a dia, principalmente conduzindo vidas”, conclui Ismael.

A história de Ismael integra o Especial Colono e Motorista, produzido pelo Jornal Arauto e encartado na edição de sexta-feira. Leia mais no impresso. 


Foto Lucas Batista/Jornal Arauto
Ismael Xavier atua na Saúde em Vera Cruz, mas já passou pelo SAMU e Santa Cruz Rodovias
Ismael Xavier atua na Saúde em Vera Cruz, mas já passou pelo SAMU e Santa Cruz Rodovias