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Escolas particulares registram inadimplência de 19,6%


Fonte: Assessoria de Imprensa
Publicado 24/07/2020 08:48
Atualizado 24/07/2020 08:51

Geral   EDUCAÇÃO

A inadimplência das escolas particulares do Rio Grande do Sul, no mês de maio, foi de 19,6%, um aumento médio de 24,4% com relação ao ano passado. É o que mostra uma pesquisa realizada pelo Sindicato do Ensino Privado do Rio Grande do Sul (SINEPE/RS) entre os dias 29 de junho e 3 de julho sobre as consequências da pandemia do coronavírus para as instituições associadas. Participaram do estudo 163 escolas de Educação Básica e 11 instituições de Ensino Superior.

O nível de ensino que registrou a maior inadimplência foi a Educação Infantil com 18,3%, seguido dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental com 17%, Anos Finais com 16,7% e Ensino Médio com 15,3% (os percentuais são menores do que a média porque nem todas as instituições informaram o percentual de inadimplência em todos os níveis de ensino). Embora os índices sejam altos, há registro de uma pequena queda com relação ao mês anterior quando a inadimplência na Educação Infantil foi de 19,4%, nos Anos Iniciais 18,8%, Anos Finais 18,6% e Ensino Médio 17,7%. Na grande maioria das escolas (75,5% das instituições) o percentual de alunos inadimplentes aumentou em relação ao mesmo período (maio) do ano passado.

Outro dado avaliado na pesquisa foi o cancelamento de matrículas. As escolas privadas registraram no mês de maio uma taxa 7,5% de cancelamento. Mais uma vez, a Educação Infantil foi o nível mais afetado, registrando um percentual de 16% de cancelamentos. Nos demais níveis de ensino, o índice não chega a 3%.

Para o presidente do Sinepe/RS, Bruno Eizerik, os números preocupam, mas são reflexo de uma crise que atinge a todos os setores. “Não estamos em uma bolha, sabemos em muitas famílias, os responsáveis pelo pagamento das mensalidades perderam seus empregos ou reduziram drasticamente suas rendas, e isso acaba refletindo na escola. Mesmo que as instituições tenham se esforçado para conceder descontos – na última pesquisa que realizamos em abril esses descontos já eram concedidos por mais de 80% das nossas instituições, ainda assim muitos pais não conseguiram seguir pagando a mensalidade”, destaca Eizerik.

O setor também precisou fazer ajustes em seu quadro de pessoal para superar a crise. De acordo com a pesquisa, 33,7% das instituições precisaram fazer demissões em maio ou junho. Comparado ao mês anterior, esse índice subiu 8,7%, quando o percentual de instituições que fizeram cortes em seu quadro foi de 25%.  Na maioria das instituições, o percentual de professores demitidos representa até 5% do total de docentes e funcionários mais de 5% do total.

Ensino Superior

No Ensino Superior, a taxa média de inadimplência é de 23%, estável em relação ao registrado no mês de abril. Em todas as instituições, o percentual de alunos inadimplentes é maior em comparação ao mesmo período de 2019, com uma média de 34,6% de aumento.

Em relação aos cancelamentos, a taxa média ficou em 13,8%, três vezes maior do que a registrada em abril. Entre as instituições de Ensino Superior, quase metade (45,45%) registraram demissões – todas elas demitiram funcionários e pelo menos 20% tiveram que desligar professores.

Para o presidente do SINEPE/RS, Bruno Eizerik a situação no Ensino Superior é muito preocupante. "O setor já está com dificuldades há algum tempo, em função da crise econômica e do fim do crédito educacional público (FIES). Havia uma boa expectativa para este ano, em função da retomada na economia, mas com a pandemia a situação se agravou. Corremos um sério risco de muitas demissões no setor, bem como de fechamento de IES", disse.


Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Escolas particulares registram inadimplência de 19,6%