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Como os secretários de Saúde avaliam o modelo de Distanciamento Controlado


Fonte: Jornal Arauto
Publicado 25/07/2020 19:00

Geral   PANDEMIA

O Rio Grande do Sul passa pela 11ª rodada do Distanciamento Controlado, modelo em vigor desde maio e que prevê quatro níveis de restrições - representados pelas bandeiras amarela, laranja, vermelha e preta. Atualmente, o Vale do Rio Pardo está sob a vigência da laranja, que representa risco médio, mas por pouco não permaneceu na vermelha, o que mobilizou gestores municipais a formatarem recurso do Governo do RS. 

Levando em conta as mudanças aplicadas desde seu funcionamento, o Nosso Jornal conversou com os secretários de Saúde de Vera Cruz, Santa Cruz do Sul e Vale do Sol para buscar a opinião deles sobre o Distanciamento Controlado. Conforme a responsável pela pasta na Capital das Gincanas, Liseana Palma Flores, as posições adotadas pelo Estado e seguidas pelos municípios têm procurado priorizar a saúde dos gaúchos. “Entendo que as classificações das regiões e os indicadores considerados atuam numa frente preventiva tanto na análise de disseminação e contágio da Covid-19, como no achatamento do pico e da capacidade de absorção das demandas do sistema de saúde”, pondera. Para o secretário em Santa Cruz do Sul, Giovani Alles, o mérito do Distanciamento Controlado é o respeito às condições epidemiológicas de cada região. “Ele é justo por não penalizar aquelas regiões que possuem melhores índices de controle da disseminação do vírus e da ocupação de leitos. Então, nesse ponto, ele traz justiça. Porém, entendemos que ele seja um modelo novo, recente, e que pode sempre ser aperfeiçoado, de acordo com o contexto”, frisa. 

SUGESTÕES
Ao analisar a classificação das bandeiras conforme as regiões, a responsável pela pasta em Vale do Sol, Daiane Krainovic, observa que este deveria ser feito de acordo com os municípios. “Se tivermos como base Vale do Sol, temos a permanência de bons indicadores, pois tivemos os primeiros casos só nesta semana. Por isso, acredito que não há como comparar um município como o nosso com outros em que a situação está mais agravada”, justifica. Outra sugestão parte de Giovani, que acredita que seria mais adequado se as bandeiras vigorassem por duas semanas. “A atualização a cada sexta-feira acaba causando certa apreensão para toda a comunidade e o comércio”.
Por falar em classificação a cada semana, por duas vezes seguidas a região de Santa Cruz conseguiu reverter a bandeira vermelha, após apresentação de recursos. Nesta rodada do Distanciamento Controlado foi o que ocorreu também com outras nove regiões classificadas como risco alto no mapa preliminar (veja mapa). “Entendo que seja adequado o Estado oferecer essa opção para os municípios e regiões porque é um momento em que a gente pode verificar se os dados estão totalmente corretos e nos permite recorrer diante de qualquer discordância”, frisa Giovani. Quanto à permanência no risco médio, Daiane comemora. “Imagina em nossa cidade, em que os indicadores são bons, se o comércio e estabelecimentos em geral fossem fechados? Isso seria muito complicado. Por isso, reforço que seria mais interessante se essa classificação das bandeiras fosse por cidades, pois cada município tem o seu número de casos e seu plano de contingência”, afirma.

Nesta semana, o governador se reuniu com prefeitos e representantes da Famurs e de associações regionais de municípios para debater a possibilidade de ampliar a participação deles na gestão do modelo de Distanciamento Controlado. O encontro culminou na elaboração de uma nota conjunta, que deixa clara a intenção de estabelecer, com diálogo, esse processo de gestão compartilhada. Os presidentes das associações levarão o debate aos demais prefeitos para que, juntos, possam formalizar as sugestões relativas a cada região. A partir daí, o governo fará as respectivas análises a fim de decidir, nos próximos dias, o que pode ser adotado.


Imagem ilustrativa
Como os secretários de Saúde avaliam o modelo de Distanciamento Controlado