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Em depoimento, André Scheibler nega acusações


Publicado 22/07/2020 11:50
Atualizado 22/07/2020 12:19

Política   POLÍTICA

A Comissão Parlamentar Processante (CPP) que analisa a conduta de André Francisco Scheibler (PSD), denunciado pelo Ministério Público (MP) por uma série de supostas irregularidades praticadas na Câmara e no Poder Público, encerrou a fase de oitivas na manhã desta quarta-feira (22). Scheibler foi o último a depor no processo que pode resultar na cassação de seu mandato como vereador. O depoimento durou mais de uma hora.

O primeiro questionamento feito pela comissão foi em questão da escolha dos assessores. O vereador afirmou que nunca havia prometido cargos de assessoria durante a campanha e que sempre escolheu pessoas de confiança para acompanhá-lo. "Sempre avaliei as pessoas que poderiam me ajudar como vereador para prestar um bom serviço à comunidade. Eu tinha várias assessorias e inclusive essa denúncia de assessor fantasma é uma tremenda mentira e isso foi comprovado pelas pessoas que estiveram aqui. Sempre escolhi pessoas que pudesse confiar e me ajudar a trabalhar corretamente", disse.

Na mesma linha, o vereador teve que prestar esclarecimentos sobre sua relação com os assessores que o denunciaram ao MP por exigência de salários. Em ambos os casos, Scheibler negou a prática. Ainda, em um dos casos, ele relatou a comissão que havia dado a oportunidade ao assessor e que o convívio começou a mudar após uma exigência de qualificação profissional para ocupar o cargo. “Eu reconheci o trabalho dele, dei a oportunidade porque ele estava passando por dificuldades. Depois, quando foi aprovado aqui na Câmara que os assessores precisavam ter ensino médio, eu conversei com ele para fazer o EJA e assim continuar aqui. Mas a partir daí ele mudou comigo e disse que não queria mais. Muitas pessoas que estiveram aqui eu ajudei e me ajudaram também, então eu não sei o que fez uma pessoas mudar e fazerem isso. É muito fácil acusar sem provas,vocês não sabem o que eu e minha família estamos passando, mas eu tenho minha consciência tranquila”, salientou, emocionado. Indagado pela defesa quanto aos depoimentos dos assessores ao MP, Scheibler afirmou que possivelmente, ambos teriam sido induzidos pelo promotor a fazer certas afirmações.

Ainda, quanto as acusações de rachadinha, o vereador reiterou sua inocência e que isso havia sido comprovado por depoimentos de outras pessoas que já foram seus ex-assessores. Apesar disso, Scheibler disse que sabia que a decisão da comissão já estava tomada. “Eu sei que pelos ocorridos, vocês da comissão já têm a decisão tomada, mas eu peço que façam um relatório de tudo o que ouviram aqui. E é por isso que eu estou aqui, porque eu não posso aceitar que certas pessoas venham aqui e digam que os vereadores praticam a rachadinha. Estou sendo acusado, fui tirado da Câmara e não tenho outra maneira de me defender. O que eu to passando qualquer um de vocês podem passar e quem me conhece sabe. Eu tenho certeza que na Justiça vou ser absolvido, mas o julgamento político é mais difícil, porque tem interesses envolvidos", analisou.

Quanto às acusações sobre uso de veículos, materiais e servidores públicos em uma obra privada no Loteamento Terravista, em Linha João Alves, o vereador esclareceu que em nenhum momento, teve conhecimento das cargas de terra – bota fora – que haviam sido destinadas ao terreno do filho, Marcelo. “Eu fiquei sabendo à tardinha, quando a Aretusa chegou em casa e me perguntou. E isso ficou comprovado com o depoimento do Luis. Eu apenas acompanhei de perto e desde o início porque era a obra do meu filho, se não fosse isso muitas coisas erradas iam acontecer na construção, por isso ia até lá duas ou três vezes na semana. Eu não posso aceitar que o promotor me coloque no meio de algo que não fiz”, ressaltou

Sobre a carga de terra ter sido levada até a obra com caminhão da prefeitura e as máquinas que trabalhavam no local, Scheibler disse que o trabalho fazia parte do contrato com a empresa que executava a obra e que em nenhum momento viu caminhões ou retroescavadeiras da prefeitura circulando. “Se eu soubesse, não iria aceitar. O que eu sei é que o terreno foi comprado pelo Marcelo, 100% financiado e a única coisa que eu fazia era ir lá acompanhar”, afirmou.

Ao final dos questionamentos, Scheibler fez novamente um apelo à comissão para que analisassem os depoimentos antes do julgamento final. “Não façam como as outras comissões fizeram, usem bem os depoimentos, façam valer a palavra de todos, já que é isso que foi levado em conta”, expôs. Indagado pelo advogado de defesa, Ezequiel Vetoretti, sobre o que valeria mais em relação a um homem coerente, a palavra ou a prova, ele respondeu: “A prova”.


Foto: Reprodução
Em depoimento, André Scheibler nega acusações