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No Dia do Amigo, vera-cruzenses contam histórias hilárias sobre as viagens que a amizade já proporcionou


Fonte: Jornal Arauto
Publicado 20/07/2020 08:00

Geral   DATA ESPECIAL

Dizem que a amizade é um laço para toda a vida. Marga Silva e Vera Rejane Hickmann que o digam, já que comemoram mais de cinco décadas de companheirismo que começou na infância. Tinham por volta dos seis anos e as famílias moravam perto, em Vera Cruz. Na época, as brincadeiras preferidas eram de boneca e casinha. Também começaram juntas os estudos na 1ª série do Ensino Fundamental, companhia que tiveram até a 4ª série. Mesmo na adolescência, quando frequentavam educandários diferentes, não deixavam de se ver com frequência. “Saímos juntas e visitávamos uma a outra. Também lembro das boates e bailes do Clube Vera Cruz e da ACED. Nessa época, também, costumava dormir na casa da Vera”, relembra Marga. 

Tempos depois, Marga se casou e escolheu a amiga como madrinha da união e, mais tarde, como madrinha de sua filha, Marcela. “Ela foi a primeira pessoa para qual contei da gravidez”, diz Marga. “Lembro muito desse dia, a gente estava no ônibus e ela ainda nervosa pelo acontecido. Até a roupa que ela usava eu lembro, era um macacão amarelo que ficava muito bonito nela”, completa Vera.   

VIAGENS MAIS QUE EMBARAÇOSAS
Aliás, foi na companhia de Marcela, quando tinha cerca de três anos, que elas fizeram uma das primeiras viagens juntas - hábito que cultivam até hoje. E o episódio marcou muito as amigas, não só pelo passeio, mas pelos perrengues e pelas boas risadas. “A situação toda já começou pelo caminho de ida, porque fomos de ônibus, com um monte de malas, uma televisão e a Marga ainda com a Marcela e mais uma sacola de tricô, que não sei porque ela levou, era muita coisa”, lembra Vera. “Mas o pior foi quando o taxista parou em frente a uma casa muito velha - a gente sabia que o lugar em que íamos ficar era bem conservado - e disse: ‘essa é a casa, dizem que ela é mal-assombrada’”, conta Marga, lembrando aos risos que um dia um grupo de crianças perguntou se poderia entrar e conhecer a Casa da Bruxa. “Era pra ser um momento pra relaxar, mas só passamos trabalho. A casa era cheia de buracos tapados com lã de aço e para tomar banho uma tinha que bombear a água no poço pra outra”, diz Vera. “E era tão suja. Lembro que um dia fui limpar as janelas e o vizinho gritou: ‘não limpa a janela que ela vai cair’”, completa a amiga. 

Apesar dos maus bocados, hoje elas dão muita risada da situação que, aliás, não foi o único episódio embaraçoso que passaram em viagens. “Toda vez que a gente viaja algo acontece e quase sempre é comigo”, alerta Marga.Uma dessas situações ocorreu em um resort, na cidade de Natal (RN). Felizes pela chegada no novo destino, as amigas resolveram tomar um espumante na sacada do quarto e contemplar a vista de frente para o mar. No entanto, não se deram conta que as portas da sacada só abriam por dentro e a fecharam, ficando horas trancadas para fora, vestidas com roupas de banho, passando frio e sentindo a maresia. “Eu gritava ‘socorro’ e mexia com a mão pra ver se alguém nos via ou nos escutava, mas as pessoas abanavam de volta achando que era só um aceno”, diz Vera. “Até que um vizinho saiu para pegar algo na sacada e nos viu”, lembra ela, as gargalhadas. Assim, durante as viagens e passeios também já passaram diversas vezes o caminho de entrada para o destino, porque estavam conversando muito ou dançando ao som da música no carro. “A gente se diverte muito, faz as coisas com leveza, porque ama a companhia uma da outra, além de que sempre ficamos conhecidas pelas pessoas no hotel ou nos lugares por causa dessas coisas”, brinca Vera. “Acontecem esses perrengues, mas a gente nunca leva para o lado negativo, sempre levamos muito numa boa”, acrescenta Marga. 

 Desde a infância humilde até hoje, na vida adulta, as amigas contam que nunca se separaram. Sempre arranjam um tempo para se ver ou falar por ligação e vídeo. E o segredo para tantos anos de amizade elas acreditam que seja o respeito, a compreensão e o amor que sentem uma pela outra. “Apesar de sermos diferentes ou termos alguns gostos diferentes, uma cede daqui e a outra dali. Somos muitos sinceras uma com a outra também, se uma não gostou de algo costuma falar. Por isso, somos feito irmãs, que discutem às vezes, mas estão uma ao lado da outra quando precisam”, pontua Vera. “Com o tempo vamos passando por tantas coisas, dificuldades, perdas na família, momentos bons e ruins, e nossa amizade continua fortalecida. E isso tudo nos faz ser mais que amigas, já passamos disso, somos irmãs de coração, que a vida uniu”, completa Marga, frisando que além de serem amigas, elas cultivam outras grandes amizades com pessoas diferentes, o que consideram muito saudável. 

O Dia do Amigo, comemorado neste 20 de julho, com certeza está sendo diferente. Mas para aqueles que cultivam intensas amizades, nem mesmo a distância vai interferir ou tornar a data menos especial. Por isso, nem que seja através de uma ligação ou chamada de vídeo, importante é demonstrar o carinho por aquele seu companheiro ou companheira de todas as horas. 


Foto: Jornal Arauto / Taliana Hickmann
As conversas entre Vera e Marga são sempre regadas a boas risadas
As conversas entre Vera e Marga são sempre regadas a boas risadas

Foto: divulgação
Viajar é uma das coisas que as amigas mais gostam de fazer juntas
Viajar é uma das coisas que as amigas mais gostam de fazer juntas