No último dia 9, a Polícia Civil de Santa Cruz do Sul desmantelou uma quadrilha que aplicava golpes no Vale do Rio Pardo. De dentro da Penitenciária Estadual de Venâncio Aires (Peva), um apenado, de 29 anos, comandava a ação que coleciona diversas vítimas na região desde o início deste ano. A situação se agravou após a divulgação do esquema, pelo Portal Arauto. Moradores de Santa Cruz e de outros municípios da região, vítimas do crime, procuraram a Polícia Civil e o número de vítimas dos estelionatários já passa de 50.
Segundo o delegado Alessander Zucuni Garcia, titular da 2ª Delegacia de Polícia de Santa Cruz, o trabalho da Polícia Civil ocorre na tentativa de identificar os proprietários dos objetos apreendidos para proceder à restituição dos bens. A investigação também segue em busca de identificar se os criminosos permanecem agindo, já que mesmo após uma série de provas o Judiciário não aceitou o pedido de prisão preventiva de ao menos dez envolvidos no golpe “Seguimos na busca de provas. Seja identificando pessoas que foram vítimas do golpe ou de possíveis envolvidos. A nossa intenção é prender todos, desde que comprovado o envolvimento”, ressalta.
Garcia também alerta a população para que tenha cuidado com as compras realizadas pela internet. “Notamos que os estelionatos aumentaram com a pandemia. Os cidadãos precisam ficar atentos. O dinheiro ou os produtos só podem ser entregues se o pagamento de fato tenha sido realizado. Se duvidar não entregue”, frisa.
Ainda segundo o delegado, é muito importante que as pessoas que forem vítimas desse tipo de crime, comuniquem imediatamente a Polícia Civil. “Isso agiliza as investigações, a identificação dos envolvidos e uma possível restituição de bens”.
Relembre o caso
Na manhã da última quinta-feira (9), uma operação desencadeada pela 2ª Delegacia da Polícia Civil de Santa Cruz, com apoio da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), cumpriu sete mandados de busca e apreensão contra uma quadrilha que aplicava o golpe do falso depósito.
A investigação apontava para mais de 30 crimes praticados pelo grupo criminoso. Além da Peva, foram cumpridos mandados nos bairros Pedreira, Santo Antônio, Esmeralda e Progresso, em Santa Cruz.
Durante a investigação, foi descoberto que o líder da quadrilha chefiava a célula criminosa de dentro da Penitenciária, local no qual também foram realizadas buscas. Foram apreendidos cinco aparelhos celulares.
Como funciona o golpe
Os estelionatários simulavam compras pela internet nas redes sociais. Na sequência, mandavam prints com de uma suposta transferência de valores ou do pagamento do boleto referente ao preço. A Polícia Civil também busca identificar a possibilidade dos criminosos usarem um aplicativo para manipular a imagem de uma transferência anterior. Para fazer o contato com a vítima, ainda usavam um adolescente. Era o jovem que tinha a função de contatar pessoalmente com as vítimas