O registro recente de chuvas reascende o alerta para a leptospirose, sobretudo aos produtores rurais e aos praticantes da pesca. A doença é transmitida pela urina de roedores, principalmente por ocasião de enchentes. Dessa forma, basta um descuido, como ir à lavoura descalço ou ainda o contato com a água contaminada de açudes para ficar vulnerável.
Em 2019, os municípios da região redobraram a atenção pelo alto número de casos notificados da doença. Em contrapartida, até junho deste ano foram menos notificações em relação ao mesmo período do ano passado, conforme os departamentos de Vigilância Epidemiológica dos municípios. Mesmo assim, os cuidados permanecem, já que no primeiro semestre de 2020, Santa Cruz do Sul registrou nove casos confirmados, enquanto em Vera Cruz, dois. Na região de abrangência da 13ª Coordenadoria Regional de Saúde - que contempla 13 cidades - foram notificados 27 casos de leptospirose até junho deste ano, m de Vera Cruz e Santa Cruz, havia casos em Candelária (7), Mato Leitão (1) e Venâncio Aires (7).
Na Capital das Gincanas, os pacientes que testaram positivo para leptospirose até junho são homens, com idades por volta dos 50 anos. Um deles reside no centro e o outro no interior. Daniela explica que acredita-se que um deles tenha contraído a doença durante o lazer - ao entrar em um açude ou durante a pesca. Já em relação ao segundo homem, a contaminação pode ter ocorrido durante o trabalho no campo. “Geralmente são situações em que as pessoas vão pescar em um local contaminado ou relacionadas à lida no campo após a chuva ou, ainda, envolvendo um açude contaminado”, esclarece.
Santa Cruz do Sul registrou no primeiro semestre menos casos positivos se comparado ao mesmo período do ano passado, quando foram 30. Segundo a coordenadora da vigilância epidemiológica, Luciane Weiss Kist, dos pacientes que contraíram a doença no primeiro semestre há uma mulher de 21 anos e os demais são homens, com 19, 20, 24, 25, 26, 34, 51 e 64 anos. Os casos confirmados são de moradores dos bairros Centro, Rauber, Santa Vitória, São João e Esmeralda e quatro do interior.
Além das situações citadas por Daniela, Luciane alerta que as regiões onde podem circular ratos como locais com restos de comida, ração para animais e em estrebarias oferecem riscos. Levando em conta os perigos de contaminação e que a bactéria causadora da doença vive muito tempo em superfície úmida, as profissionais orientam a população a proteger mãos e pés com luvas e botas, principalmente durante o trabalho na lavoura, e caso haja uma ruptura ou ferimento na pele, a redobrar o cuidado.