O mês de junho recém iniciou e com ele surge uma campanha voltada à conscientização das pessoas sobre a importância da doação de sangue. Conhecido como Junho Vermelho, o movimento visa envolver Governo e população para aumentar os bancos de sangue no país. No Banco de Sangue Hemovida, localizado junto ao Hospital Santa Cruz (HSC), em Santa Cruz do Sul, desde o início da pandemia causada pelo coronavírus, por exemplo, houve uma queda no número de doações de sangue.
De acordo com o enfermeiro do Hemovida, Mateus Antunes, antes das restrições impostas como medida de prevenção à Covid-19, a média de doação por dia chegava a 25. No entanto, diminuiu para 15 doações diárias, uma redução de 30% em comparação ao período em que não havia a pandemia. Ainda conforme Antunes, anteriormente a média de doações por mês era de 450, sendo que em algumas situações esse número era ultrapassado: "Agora com as restrições não estamos captando essa média necessária para nossa manutenção de estoques". Desde abril deste ano, não são registradas por mês nem 400 doações e a média é de 350 doadores.
MEDIDA RESTRITIVAS
Para o profissional, a explicação para a redução do número de doadores durante a pandemia ocorre devido à implementação das medidas restritivas de circulação, além do comércio parado, já que muitas pessoas que trabalham em lojas locais doavam regularmente, assim como pessoas que iam ao comércio e passavam pelo banco de sangue. Outros fatores que contribuíram para essa diminuição é o recesso das faculdades, pois o público estudantil também fazia doações,. O receio de se contaminar com o vírus na ida ao banco de sangue também é um das explicações: "Temos que cuidar aglomeração. Algumas pessoas não se sentem à vontade de ter que aguardar do lado de fora. Outras não querem marcar hora, entre outros motivos".
PERFIL DOS DOARES
Os homens são os que mais procuram o banco de sangue para realizarem as doações e representam o percentual de 65% dos doadores, enquanto 35% são mulheres. Segundo o enfermeiro Mateus, grande parte dos doadores são homens, porque algumas mulheres não passam na triagem hematológica, quando o microhematocrito necessita estar igual ou maior que 38%.
A maioria dos doadores encontra-se na faixa etária entre 26 e 35 anos, o que corresponde a 27,8%. Depois, a maior parte das doações (22,1%) são pessoas entre 36 e 45 anos, seguido por jovens entre 16 e 25 anos (21,6%); pessoas entre 46 e 55 anos (18,2%) e, por fim, 56 e 69 anos (10%).
Em função da maior parte da população ser O positivo, consequentemente esse tipo sanguíneo é o mais doado, seguido da tipagem A positivo. Já em relação ao tipo sanguíneo em que há maior demanda está o O positivo e o O negativo, observando que o O negativo é universal: "O positivo também podemos utilizar em outras tiragens positivas, como no B positivo".
IMPORTÂNCIA DE DOAR
De acordo com o enfermeiro do Hemovida, Mateus Antunes, no Junho Vermelho a intenção é ressaltar ainda mais a importância da doação de sangue para manutenção de estoques, evitando aglomerações. Desde o início da pandemia, os profissionais têm tomado uma série de cuidados, principalmente para evitar aglomerações. Em função disso, as coletas de sangue são realizadas somente mediante agendamento através do número (51) 3056-2103. O banco de sangue está aberto de segunda a sexta-feira, das 7h30min às 13h e fica ao lado da entrada do CDII, junto ao Hospital Santa Cruz.
De acordo com o enfermeiro, as coletas não são feitas à tarde e nem nos fins de semana por uma série de fatores. Um dos motivos é a restrição da equipe."O banco de sangue funciona 24h para processamento, armazenamento e distribuição, mas a coleta é feita de manhã, quando são mantidas duas equipes. Depois das 13h fica apenas uma equipe trabalhando", explica. Além disso, ressalta que os exames coletados são enviados para outras cidades. "Para ter o resultado dos exames em até 48h a gente tem que fazer o encaminhamento deles cedo", acrescenta.
