Durou uma semana a suspensão dos atendimentos no comércio vale-solenses, prevista em decreto municipal em decorrência da pandemia causada pelo coronavírus. Além da pressão de muitos comerciantes, o prefeito Maiquel Silva quis alterar o texto para permitir a reabertura de comércio e indústrias, entre 8 e 16 horas, com mais algumas restrições além da redução do expediente, como limite de funcionários e clientes, cuidados com a higiene e controle de aglomerações. “É preciso cuidar da saúde, mas temos que conciliar com o trabalho”, refletiu o gestor. A permissão passou a valer ontem, segunda-feira, e bastou dar uma volta pelo centro da cidade para notar que justamente o grupo de risco, que deveria ficar em casa, está pelas ruas. Para os comerciantes, ainda que haja a preocupação quanto à saúde, eles buscam amenizar os reflexos econômicos, já castigados pela estiagem. “Se não giramos a economia, não entra dinheiro para a Prefeitura, em impostos”, resume a lojista Suzana Mueller, que abriu seu comércio de roupas e calçados na manhã de ontem.
A preocupação dela, que tem funcionários a pagar, além de todas as contas que vencem no mês, é da permanência das atividades e dos empregos gerados. Seguindo o decreto, das três funcionárias da loja ela só convocou uma para trabalhar, assim como oferece álcool gel para quem entra. Mas na loja e na lancheria do marido, Jairo Mueller, ao todo são 10 colaboradores. “Aguentaríamos mais uma ou duas semanas, depois teríamos que cogitar demitir”, projeta Suzana, que agora prevê um pouco de fôlego com a reabertura.
SEM MEDO DE ESTAR NA RUA
Seu Anildo de Carvalho tem 75 anos e quis ir para o centro para se vacinar contra a gripe. Mas veio com a família de Linha Trombudo. A filha Noeli Schwantes, a neta Angelita e a bisneta Kettlyn aproveitaram para buscar alguns medicamentos e passear. Sem qualquer receio, mesmo sendo do grupo de risco, circulou, como tantos idosos, pelas ruas centrais de Vale do Sol.
