Os casos de Cisticercose, uma infecção causada por um verme, vem preocupando órgãos como a Inspetoria de Defesa Agropecuária de Vera Cruz. No Rio Grande do Sul a incidência é de 3% de contaminação. O município acompanha o índice, no entanto, o que vem chamando a atenção e desperta o alerta é que no ano passado, de 28 propriedades que enviaram animais para abatedouros regulares em Vera Cruz e para fora, 20% das carnes apresentaram contaminação, conforme aponta o técnico agrícola da Inspetoria de Defesa Agropecuária, Daniel Menezes.
“Esta é uma doença de riscos, o animal (suíno ou bovino) é um hospedeiro, quando seu abate não é inspecionado corre-se o risco de se continuar o ciclo contaminando o homem”, explica a veterinária da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Rural, Mariana Landesvatter. Os dois profissionais advertem, pois se os animais inspecionados já apresentaram contaminação, carnes abatidas de forma irregular, ou seja, clandestina, a situação pode ser ainda pior, pois não há um acompanhamento e tampouco se sabe da procedência e forma de manuseio desta carne.
Os casos de contaminação por Cisticercose foram apurados após uma denúncia, em que foi feita a fiscalização em um açougue. “A peça contaminada não continha nota nem carimbo. Ou seja, não havia procedência, sendo considerada clandestina”, aponta Mariana. A profissional destaca ainda que a detecção da doença é difícil, por isso é de extrema importância que seja feita inspeção no produto, para que um profissional faça a análise.
A orientação para os produtores, inclusive aqueles que abatem para consumo próprio, é de que tire a autorização junto à Inspetoria e abatam em um frigorífico. “Assim terá o devido acompanhamento de um fiscal, com aviso prévio, que poderá conferir se a carne está em condições de consumo ou não”, destaca Daniel. Em Vera Cruz, os abates junto aos frigoríficos costumam ocorrer nas terças, quartas e quintas-feiras e tem o acompanhamento do fiscal da Secretaria de Desenvolvimento Rural.
CLANDESTINOS NA MIRA
Além do acompanhamento regular nos abatedouros autorizados, o Município atua na fiscalização de rotina e por denúncia - geralmente de abates clandestinos. Somente nestes dois primeiros meses de 2020, a Vigilância Sanitária do Município realizou duas apreensões em ações de fiscalização, somando 300 quilos de carnes. Mariana salienta que estes produtos apreendidos não podem ser aproveitados, sendo totalmente descartados. Para realizar a destinação correta, uma empresa especializada em resíduos orgânicos terceirizada recolhe os produtos.
Confira a matéria completa na edição desta terça-feira do Jornal Arauto.
