O número de casos e de mortes devido ao novo coronavírus aumenta a cada dia na China e países onde há contágio. A vera-cruzense Carla Gladiane Fischborn Wollmann e o marido Altemir moram no exterior há 26 anos. Há 14 anos residem na Tailândia, mais precisamente na capital, Bangkok. O casal tem dois filhos, William, de 18 anos, e Hannah, de cinco anos.
No país onde moram, Carla diz que já foram detectados 37 casos, o que faz com que o país seja o segundo com maior número de pessoas com o vírus. Em um dos casos o vírus foi transmitido de uma pessoa para outra, residentes do país e não em contato com alguém que tenha vindo da China - como geralmente pode ocorrer a transmissão do vírus.
Conforme descreve a brasileira, as pessoas estão bem preocupadas e a maioria se protege com o uso de máscaras. “Estamos vivendo um período complicado, mas estamos tomando as medidas solicitadas pelo governo daqui e rezando para que tanto nós como o menor número possível de pessoas sejam infectadas”, reflete. “Saímos todos de casa usando máscaras e só saímos quando é preciso, como para ir ao mercado ou ir para o hospital, que foi nosso caso há algumas semanas, quando a Hannah estava com febre muita alta”, revela.
Apesar do susto, os testes da menina deram negativos para qualquer infecção, inclusive do coronavírus. Em casa, a família utiliza muito álcool gel para as mãos, principalmente porque os filhos vão à escola. “Nunca se sabe o que eles tocaram”, salienta. “E claro, evitamos lugares com muita gente”, completa.
OS CUIDADOS
Em Bangkok, as escolas não estão aceitando visitas de chineses, hotéis não estão hospedando os chineses, voos estão sendo cancelados da China para a Tailândia e vice-versa”, sublinha. Ainda segundo Carla, o filho William estava com uma excursão programada pela escola para o Japão para o último dia 10, porém, a viagem foi cancelada. “Tudo para proteger os alunos”, frisa. “Nós mesmos estávamos com viagens marcadas para Indonésia e Filipinas, que também cancelamos”, pontua.
Em meio a tudo isso, Carla recebeu a visita da irmã com a família para o Natal. Com retorno para Austrália, onde residem há mais de oito anos, marcado para a terça-feira, dia 11. Até o momento do embarque era duvidoso o retorno para casa. “Quando fomos acompanhá-los até o aeroporto, o mesmo estava vazio, vários voos cancelados”, descreve.
OS NEGÓCIOS
Apesar de morar no exterior, o casal tem uma empresa de energia solar em Santa Cruz do Sul e costumava vir com frequência ao Brasil em virtude dos negócios, bem como para rever familiares e amigos. Porém, agora a família não tem planos de vir, pois entende que voar agora não é nada seguro. “A empresa tem mais um sócio, sobrinho de meu marido, e por enquanto ele vai ter que cuidar da empresa”, diz. “Esperamos que tudo se resolva logo para que a empresa não seja afetada”, acrescenta. “Não tem nada que possamos fazer além de esperar isso passar e fabricarem uma vacina que possa combater o vírus”, finaliza.