Tomar um banho para relaxar depois de um dia movimentado. Lavar as roupas acumuladas durante a semana ou o carro que sujou. Essas são atividades comuns realizadas no dia a dia, mas que consomem grande volume de água. Nos últimos meses, em que a estiagem tem revelado cenário de seca e perda de qualidade nas lavouras, bem como levado municípios a decretarem situação de emergência, a reflexão sobre o desperdício desse recurso natural vem à tona outra vez. Sem contar a temporada de altas temperaturas que também leva ao aumento do consumo de água.
A exemplo, no ano passado em Vera Cruz, janeiro e dezembro foram os meses com maior índice de consumo. Em contrapartida, há quem esteja fazendo sua parte e adotando hábitos simples: reutilizando a água da chuva, do enxágue das roupas do tanque ou da máquina de lavar, da piscina e até do banho. O destino? A irrigação de plantas e a grama do jardim, a lavagem da casa, calçadas ou veículos e a descarga no vaso sanitário. Renivo Radtke, Daniel Dal Molin, Oraide da Silva Baioto, Sandra e Jaqueline Hein contam porque adotaram práticas mais conscientes para evitar o desperdício e reaproveitar o recurso hídrico em casa e no trabalho. Confira:
Para Oraide, sempre tem um jeitinho de reutilizar
Para Oraide da Silva Baioto, 61 anos, a extravagância e o desperdício sempre foram práticas que a incomodaram. Por isso, o reaproveitamento de materiais e recipientes plásticos, bem como da água, passaram a ser hábitos comuns no dia a dia dela, do marido, Antônio, e da filha, Amanda. Durante a semana, para evitar o excessivo consumo, Oraide explica que só lava as roupas na máquina de lavar se conseguir juntar peças suficientes para valer o ciclo de lavagem. “Vou juntando os jeans, as roupas de cama e as peças mais pesadas. Aí quando for o suficiente para encher a máquina eu faço a lavagem”, conta. Já as peças mais leves ou que não estão tão sujas, a dona de casa prefere lavar à mão no tanque. É nesse processo que costuma reaproveitar a água. Coloca em baldes o volume que sobrou da lavagem e utiliza para outras atividades, como limpar o piso da casa ou molhar a grama e a horta. “Quando a água tem muito produto químico procuro jogar na grama ou limpar o chão com ela, mas se tem menos resíduo, costumo regar as plantas e a horta”, afirma.
Em casa, jeito fácil de evitar o desperdício
Ao acompanhar as notícias nos jornais e na televisão sobre a estiagem, que nos últimos meses acarretou prejuízos em diversos municípios - principalmente do Vale do Rio Pardo -, as irmãs Sandra, 30 anos, e Jaqueline Hein, 34 anos, resolveram tomar uma atitude e fazer sua parte para evitar o desperdício. Agora, toda vez que a máquina de lavar roupas começa a funcionar, a água das etapas de lavagem e enxágue é direcionada para o tanque, através de uma mangueira. “É simples, ao invés da mangueira ser ligada ao esgoto, ela é direcionada ao tanque.
Na lavagem, solução para alto consumo
Desde que abriu uma lavagem de carros e motos, em 2013, Renivo Radtke, 44 anos, teve o uso consciente da água como um objetivo. A preocupação se deve em partes pela formação acadêmica em Biologia, mas também pelo receio do desperdício, já que o empreendimento demanda de grande volume d’água para funcionar. A solução encontrada para evitar o desperdício foi o reaproveitamento da água da chuva.
Na descarga do banheiro, alternativa consciente
Quem também faz o armazenamento da água da chuva, assim como Renivo, é Daniel Dal Molin, 33 anos. Há alguns anos, quando iniciou a construção de sua casa, resolveu incluir na edificação um sistema que pudesse captar e armazenar a água da chuva para reaproveitá-la em tarefas domésticas. A ideia segundo ele, surgiu a partir de um hóspede que ficou no hotel de sua família, e que tinha um sistema parecido instalado em sua casa. “Resolvi instalar o sistema não pelo ganho financeiro, até porque o investimento é alto, mas pelo fato de ter uma alternativa ao desperdício”, afirma.
Confira a matéria completa na edição desta terça-feira, do Jornal Arauto.
