Em 13 dias, janeiro registrou 51,2 milímetros de chuva, pouco mais de um terço do esperado para o primeiro mês de 2020. Conforme o professor de Agrometeorologia da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), Marcelino Hoppe, a estiagem deve continuar preocupando os produtores rurais, pois a meta de volume não deve ser atingida nestes 18 dias restantes. O previsto para janeiro seria 140mm e outros 110mm em fevereiro.
O problema aumenta devido a soma dos últimos meses de 2019. "Choveu muito menos do esperado entre final de novembro e o dia 8 de janeiro. Precisamos de mais chuva, mas enquanto continuar chovendo bastante no centro e no nordeste do Brasil, não há previsão de que o nosso cenário mude", comenta.
Sem chuva, mas temperaturas mais amenas
O calor intenso do final de dezembro - que também prejudicou muitas culturas - não deve ser problema nestes primeiros meses de 2020. De acordo com Hoppe, o último mês de 2019 quase atingiu o recorde da década de 30. No dia 28 de dezembro, os termômetros marcaram 40,2ºC, quase os 40,6ºC do dia 30 de dezembro de 1933. Em toda a história, o recorde foi no dia 17 de fevereiro de 1929, quando a população aguentou intensos 42,3ºC.
Já em janeiro, a maior temperatura registrada até então foi 37,8ºC no dia 6, distante dos 41,8º de 1º de janeiro de 1943, recorde para o primeiro mês do ano. Marcelino Hopp explica que a redução das temperaturas também estabiliza a umidade relativa do ar, que baixa em dias de intenso calor.
Termômetro de rua engana
O professor Marcelino Hoppe alerta sobre a diferença entre termômetros de rua e os meteorológicos. "Os nossos, da estação da Unisc, ficam elevados em 1,5m, na grama e com proteção. Os de rua, tanto no verão quanto no inverno, sempre vão marcar temperaturas mais altas por conta da exposição ao sol e da estrutura, geralmente, metálica", explica.