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Sete anos de improviso e mais um prédio em más condições


Publicado 27/08/2019 13:00

Geral   SANTA CRUZ

Desde 2012, com a demolição de um dos prédios, a Escola Estadual de Ensino Médio José Mânica vive no improviso em Santa Cruz do Sul. A espera da reconstrução, que ainda não iniciou, se soma a outro sentimento de angústia: o medo de que toda história se repita, já que o segundo prédio da instituição já apresenta os mesmos problemas identificados no outro há sete anos.

A diretora Daiane Lopes, que na época trabalhava no local como professora, lembra que após o prédio ter sido interditado, apenas a entrada das máquinas o fez desabar. A fragilidade da estrutura, que veio abaixo deixando 480 alunos sem sala de aula, agora é novamente sentida. No segundo prédio, construído no final dos anos 70, já há rachaduras nas paredes e saliências nos pisos do primeiro e segundo andar.

O motivo é a movimentação do solo, que passou a ser estudada esse ano, após a escola conseguir recurso de R$ 9,1 mil para tentar identificar os problemas da área. A expectativa da direção é que, com o resultado, a manutenção do prédio seja aprovada, para que aquela história de 2012 não se repita. No final de 2018, engenheiros realizaram vistoria e apontaram que não há urgência no caso. Entretanto, não apresentaram um laudo que tranquilizasse a comunidade escolar.

Prejuízos

Antes da interdição do prédio, há sete anos, a José Manica reunia 850 alunos em três turnos. Hoje, são 530. A redução se deve tanto a falta de espaço, mas principalmente à deficiência de estrutura oferecida aos estudantes, que desagrada muitos pais. Desde 2013, quem não foi realocado para o segundo prédio, estuda em uma sala modular, com paredes de gesso acartonado. Segundo a diretora Daiane, quando o ar-condicionado não funciona no verão, é impossível permanecer no local por conta do calor. Muitas vezes, nos meses quentes, a aula é transferida para a rua.

Além disso e da fragilidade do material, que já apresenta buracos e permite goteiras, o refeitório é um container, que preocupa por conta da combinação perigosa de material inflamável e local isolado, com apenas uma saída. Antes de 2016, quando o container chegou, os alunos só comiam merendas compradas, que eram servidas no corredor.

Segundo a Secretaria de Educação do Estado, o projeto para reconstrução do prédio está em andamento na Secretaria de Obras e Habitação. De acordo com a nota encaminhada ao Grupo Arauto, as etapas de sistema hidrossanitários e de arquitetura já foram elaboradas. Os próximos passos dizem respeito ao estudo de sondagem do solo, parte elétrica e estrutural e contratação. Entretanto, a pasta não apontou um prazo para o início das obras.