Paixão pela Oktober nasceu com a Fenaf
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Paixão pela Oktober nasceu com a Fenaf


Fonte: Jornal Arauto
Publicado 28/09/2020 20:20

Geral   ANIVERSÁRIO DE SANTA CRUZ

Se Santa Cruz do Sul é conhecida como a terra da Oktoberfest, muito se deve ao grandioso evento que a precedeu. Por três ocasiões, a Festa Nacional do Fumo (Fenaf) mobilizou Poder Público, empresas fumageiras e a comunidade na promoção de uma festividade ímpar, e que até hoje é lembrada com emoção por muita gente. A historiadora Suzana Maria Teichmann, ao dissertar sobre o desenvolvimento do turismo em Santa Cruz a partir do resgate histórico da Fenaf para a conclusão do Mestrado, acabou por recontar essa trajetória que acabou virando livro em 2002.

A semente para a Fenaf poderia ser a grande festa para comemorar o centenário da imigração alemã, em dezembro de 1949, ocasião em que foi lançado o projeto da construção do Parque do Centenário, que deveria abrigar um complexo de lazer, em área onde hoje se encontra o Parque da Oktoberfest. “Começou a nascer ali a ideia de uma exposição ou feira para divulgar a cidade e a economia”, relata Suzana. Mas passaram-se 17 anos para que o evento saísse do papel. Em 1965, a Câmara de Vereadores tomou a frente para criar uma comissão que deslanchasse a festa. “Quando comecei a entrevistar as pessoas da época, percebi que essa comissão criou subcomissões para tudo. Acho que toda a população ficou responsável por alguma coisa”, revela a professora de História.

Talvez tenha sido esta a receita de sucesso: a comunidade abraçou a Fenaf e a fez acontecer, junto com a influência política e a força das fumageiras, um grandioso evento, inclusive com a vinda do presidente da República, Castelo Branco. “Conseguiram motivar a população a plantar flores em suas casas, porque o Presidente e os turistas da Alemanha poderiam passar na frente”, resgatou Suzana. Motivado pelo governo estadual através de incentivo ao Turismo, Santa Cruz lançou a Fenaf não como uma feira, mas como uma grandiosa festa, realizada, na primeira edição, em 1966, repetida em 1972 e em 1978.

Se para o turismo da época, objeto de estudo da professora, não houve desenvolvimento para além dos dias do evento, para a valorização da cultura germânica, presente desde a primeira Fenaf, só houve fortalecimento.


Foto: Carolina Almeida/Jornal Arauto
Festa Nacional do Fumo é lembrada com emoção até hoje
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