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Mesmo abrigados em espaço maior, superlotação de animais prevalece em Vera Cruz


Fonte: Jornal Arauto
Publicado 04/12/2021 08:50

Geral   ELES QUEREM UM LAR

Desde o primeiro semestre deste ano, cães e gatos doentes, abandonados, atropelados ou que sofrem maus tratos e são recolhidos pela Vigilância Sanitária, pelo Conselho Municipal de Proteção, Assistência e Tratamento de Animais (Compata) e voluntários, em Vera Cruz, vêm sendo abrigados em novo espaço. Vencedora da licitação realizada pelo Município, agora a Bicho Feliz Hospedagem, que fica no bairro Bom Jesus, é o lar temporário desses animais até que sejam escolhidos por uma família. Mesmo com a mudança para o novo espaço, mais amplo que o anterior, a superlotação ainda preocupa, uma vez que de cerca de 20, os animais acolhidos passaram para mais de 50 - dificultando os novos resgates e motivando um alerta em relação aos casos de abandono, que devem se intensificar nos próximos meses, quando muitos tutores saem em férias e acabam deixando para trás - muitas vezes sem água e alimento - os companheiros de quatro patas. 

Conforme a conselheira do Compata, Ana Paula Riss da Silva, a partir das novas licitações, a castração dos animais resgatados está sendo realizada junto ao Hospital Veterinário da Unisc e os atendimentos de urgência, além dos tratamentos de rotina estão concentrados no Centro Veterinário Wazlawik - ambos em Santa Cruz do Sul. Segundo Ana Paula, a mudança dos animais para o novo abrigo foi realizada de forma gradual, proporcionando melhor adaptação. “Assim como foi uma mudança para eles, está sendo para a população, pois muitas pessoas ainda não sabem onde fica o novo abrigo, o que pode estar dificultando as adoções”, reflete a conselheira. O médico veterinário da Vigilância Sanitária, André Sant’Anna, revela que enquanto 20 animais foram adotados nos últimos três meses, o número de resgates foi muito maior. “E seria 10 vezes maior se tivéssemos como realizar mais, mas são muitas situações e não estamos dando conta. Para que novos resgates aconteçam, mais animais precisam encontrar uma família”, explica o profissional.

FEIRAS DE ADOÇÃO

Para estimular as adoções dos cães e gatos, uma feira é realizada uma vez ao mês junto à Bicho Feliz Hospedagem, que fica na rua Roberto Gruendling, 1.995, no bairro Bom Jesus - ao lado da Lajetelha -, em organização da Vigilância Sanitária, com apoio do Compata. É neste sábado, dia 4, das 10 às 17 horas, que ocorre a próxima edição da Feira de Adoção de Animais, entre filhotes e adultos. Para adotar é preciso apresentar documento e comprovante de residência. Nos demais dias - inclusive nos fins de semana -, as visitas na hospedagem ocorrem em horário comercial, podendo ser agendadas através dos telefones (51) 3718-1428 e (51) 98142-0083. Ainda, os animais disponíveis para adoção podem ser acompanhados através das páginas do Facebook e Instagram

NÃO AO ABANDONO

Assim como em Vera Cruz, a superlotação de animais ocorre no Canil Municipal, em Santa Cruz do Sul, que abriga 81 animais, entre cães e gatos. Esse cenário nos dois municípios se repete a cada fim de ano e se agrava nos meses de janeiro e fevereiro, quando muitas pessoas viajam para as comemorações de Natal, virada de ano e nas férias e, não tendo com quem deixar seus pets, acabam por abandoná-los à própria sorte. “A gente pede que os tutores sejam responsáveis e busquem, antes da viagem, conhecidos e familiares que possam cuidar dos animais, ou ainda providenciem hospedagem paga. O abandono é muito cruel. Queremos conscientizar as pessoas sobre o assunto, evitando que mais resgates precisem acontecer”, enfatiza Ana Paula, ao citar que com a superlotação, apenas casos de emergência estão sendo resgatados - assim como ocorre em Santa Cruz do Sul, enquanto perdurar a superlotação.

HOSPEDAGEM NÃO É PERMANENTE

O médico veterinário da Vigilância Sanitária, André Sant’Anna, explica que o serviço de hospedagem tem o objetivo de ser temporário, até que o animal encontre o amor de uma família. “Não é um serviço realizado para que as pessoas simplesmente se desfaçam dos animais que não querem mais cuidar, bem como tragam o animal para cuidados. O objetivo é resgatar esses animais em situação de emergência, cuidar deles até que tenham condições de encontrar um lar”, frisa. 

HÁ MAIS TEMPO NO ABRIGO

Entre os filhotes que aguardam há mais tempo para encontrar o amor de uma família em Vera Cruz estão Kururu e Duke. A presidente do Compata, Ana Paula Silva, conta que Duke foi resgatado há sete anos após um atropelamento. “É um cão companheiro, que só quer encontrar o amor de alguém”, frisa ela. Já Kururu está no abrigo em Vera Cruz há mais de quatro anos e, diferentemente de sua irmã, que já foi adotada, ainda espera sua chance. “Ele foi resgatado em uma situação de esfaqueamento, sofreu muito. Hoje, Kururu está com mais idade, mas ainda temos a esperança de que ele não tenha a mesma história de outros cães que morrem no abrigo, sem nunca encontrar uma famíia”, enfatiza Ana.


Foto: Jornal Arauto / Taliana Hickmann
Mesmo abrigados em espaço maior,  superlotação de animais prevalece em Vera Cruz


Foto: Jornal Arauto / Taliana Hickmann
Mesmo abrigados em espaço maior,  superlotação de animais prevalece em Vera Cruz


Foto: Jornal Arauto / Taliana Hickmann
Mesmo abrigados em espaço maior,  superlotação de animais prevalece em Vera Cruz


Foto: Jornal Arauto / Taliana Hickmann
Mesmo abrigados em espaço maior,  superlotação de animais prevalece em Vera Cruz


Foto: Jornal Arauto / Taliana Hickmann
Mesmo abrigados em espaço maior,  superlotação de animais prevalece em Vera Cruz