A Polícia Civil de Candelária deu prioridade à investigação do caso que culminou na morte do jovem Carlos José Kolbe, de 27 anos. Desde o início dos trabalhos, que buscam elucidar o fato e as circunstâncias que motivaram um dos policiais militares a atirar contra Kolbe durante uma abordagem na noite da última quinta-feira, diversos depoimentos foram colhidos. Além dos policiais militares envolvidos na abordagem, amigos da vítima também foram ouvidos.
Conforme o delegado interino da Delegacia de Polícia Civil de Candelária, Paulo César Schirmann, como as versões de amigos e policiais foram divergentes, a investigação buscou outras testemunhas. "Já ouvimos duas testemunhas que presenciaram a ação no local dos fatos. Tudo o que foi colhido com essas duas pessoas vai ao encontro de depoimentos dos policiais militares. Ainda nessa semana queremos ouvir outras quatro testemunhas. Ainda é muito cedo para qualquer conclusão, mas estamos tendo um bom andamento do inquérito. Tudo ainda é muito preliminar", destacou.
Ainda de acordo com Schirmann, a polícia já tem indícios fortes de que Kolbe teria realmente urinado próximo aos policiais e trocado soco com um do PMs. Um laudo já concluído apontou a lesão no rosto de um dos brigadianos. "Quanto ao trajeto do tiro e as circunstâncias em que foi disparado contra a vítima, aguardamos a perícia confirmar", disse.
O que disse a BM
De acordo com Brigada Militar, a guarnição foi chamada para atender uma ocorrência de perturbação do sossego. Ao chegar no local, Kolbe teria se aproximado e urinado em frente aos policiais militares. Na abordagem, ele teria entrado em luta corporal com um policial militar e tentado sacar a arma do mesmo. Foi preciso a intervenção de um outro PM, que efetuou disparo de arma de fogo, atingindo o abdômem do indivíduo. Ele foi atendido pela Guarnição Policial Militar e encaminhado ao Hospital de Candelária. Durante o atendimento médico, o jovem entrou em óbito.
Família e amigos protestaram
Na sexta-feira (15) familiares e amigos de Carlos José Kolbe se reuniram na praça Alberto Blanchard da Silveira e fizeram uma caminhada pelas ruas da cidade para protestar contra o que caracterizam como uma morte covarde. Eles alegam que Kolbe estaria de costas e lesionado quando o disparo foi efetuado. Além disso, conforme depoimento de amigos, ele não teria reagido a abordagem dos policiais.