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Como votaram os deputados da região na saída do Coaf do Ministério da Justiça


Publicado 23/05/2019 10:15
Atualizado 23/05/2019 15:25

Região   VEJA A EXPLICAÇÃO

Com votação apertada (228 votos a 210), deputados transferiram o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) do Ministério da Justiça, chefiado por Sergio Moro, para o da Economia, de Paulo Guedes. Do Vale do Rio Pardo, os dois deputados que representam a região tiveram votos distintos. Enquanto Marcelo Moraes (PTB), votou "sim" para manter o Coaf com Moro, Heitor Schuch (PSB) votou "não", movendo o Coaf para o Ministério da Economia.

Em contato com a reportagem do Portal Arauto, Moraes explicou que a opção pelo sim não foi por demagogia como outros deputados do governo fizeram. "O governo é um só e é fiada essa conversa de alguns deputados de que tirando do Moro vai prejudicar o trabalho do Coaf. O Paulo Guedes não vai se negar a passar informações para o Moro em uma investigação. O meu voto para continuar no Ministério da Justiça foi para dar para o Governo um voto de confiança, de dar estrutura naquilo que ele sacham correto, e não por achar que isso vai prejudicar Lava-Jato. Isso não vai acontecer", explica.

O deputado  Heitor Schuch (PSB) votou não, por entender que o Conselho de Controle de Atividades Financeiras, que trata de questões econômicas, deve ser de competência do Ministério da Economia. "Votamos com absoluta tranquilidade. Questões de agricultura são resolvidas pelo Ministério da Agricultura, de justiça pelo Ministério da Justiça e assim tem que ser também com o economia. Durante toda a Lava-Jato o Coaf esteve atuante. Nossa leitura é de que existe um só governo e se tiver algum tipo de irregularidade na economia se encaminha para o judiciário, para os órgãos responsáveis resolverem", afirma.

O que é o Coaf?

O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) é uma unidade de inteligência financeira do governo federal que atua principalmente na prevenção e no combate à lavagem de dinheiro (crime que consiste na prática de disfarçar dinheiro de origem ilícita).

Criado em 1998, no âmbito do Ministério da Fazenda, o órgão ganhou os holofotes após um relatório ter apontado movimentações bancárias de mais de R$ 1,2 milhão, consideradas suspeitas, na conta de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador eleito Flávio Bolsonaro, filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro.

Desde sua criação, o Coaf já produziu cerca de 40 mil Relatórios de Inteligência Financeira (RIFs). Somente no ano passado, foram 7.279 relatórios, que listaram cerca de 330 mil comunicações de operações suspeitas e em dinheiro em espécie, segundo balanço de 2018.

 

 


Foto: Reprodução
Moraes e Schuch tiveram votos diferentes
Moraes e Schuch tiveram votos diferentes