O início da noite de quarta-feira (17) foi marcada por cenas memoráveis no Pavilhão Central da Oktoberfest. A cadeira de rodas que ajuda na locomoção de Laércio Pires, de 39 anos, não foi empecilho para que ele flutuasse pelo central acompanhado da sobrinha Heloísa, de oito anos.
Laércio teve paralisia infantil e não caminha desde criança. Mas isso não impede que ele faça coisas simples, como dançar. "Sempre levamos ele para se divertir. Ele gosta bastante de dançar e sempre tem a ajuda da sobrinha. Heloísa é um pouco tímida, mas bastante atenciosa com o tio e na noite de ontem acabou se soltando", fala a cunhada, Fátima Silva.
Moradores do Bairro Pedreira, em Santa Cruz do Sul, eles foram até o parque na carona de um taxista amigo, que já conhece a família, e faz o transporte quando necessário. Laércio, Heloísa, Fátima e a esposa Mari, esta que é irmã de Laércio, moram juntos. "Ele é bastante independente, e se pudesse sairia de casa todos os dias", conta.
Admiração
Força de vontade é uma das expressões que caracteriza Laércio. "Admiramos muito ele. Às vezes ele sofre algum preconceito, mas não tem vergonha da sua condição. Várias pessoas reclamam da vida por problemas pequenos e o Laércio não se abala. Aqui em casa é ele quem nos coloca pra cima quando estamos pra baixo. Tem sempre uma palavra amiga. É um exemplo para nós", ressalta.
Para o final de semana, os quatro pretendem retornar para a Festa da Alegria.
