É bem difícil estar aqui escrevendo isso. Real. Ainda mais que poderíamos ser nós disputando essa final também. Poderia ser um dia histórico para os gaúchos bem na Semana Farroupilha, um Rio Grande inteiro respirando futebol e explodindo emoção, tensão, alegria e nervosismo. Enfim, os mais diversos sentimentos que só um Gre-Nal - aliás, um Gre-Nal de final da Copa do Brasil - poderia proporcionar. Mas não é assim, é só o Inter.
Para mim, uma gremista fanática, é só o Inter. Mas e para esses colorados que estão se preparando para assistir o jogo? Para essa torcida tensa, que não dorme mais faz dias sonhando com o título do torneio depois de 27 anos? Para essa nação que não aguenta mais esperar os 90 minutos da partida, que acredita que vai dar? Que embarcou cedo, e vai passar o caminho inteiro cantando até chegar ao Gigante da Beira-Rio em Porto Alegre, pronto para comemorar porque hoje a taça não pode escapar?
Por incrível que pareça, os torcedores do Inter me lembraram de como é bom gostar de futebol. No meio daquele grupo de colorados que esperava o ônibus chegar, estava uma jornalista meio perdida e, ao mesmo tempo, uma torcedora nervosa. Alguém que conhece a sensação de estar em jogos decisivos, alguém que tem amor por esse esporte. Sim, a torcida do Inter me inspirou porque eu me dei conta que, muito além de ser fanática pelo Grêmio, sou fanática pelo futebol e posso viver de todas as formas, as alegrias que ele me proporciona.
E hoje será uma noite de alegrias, sem dúvidas. Só não sabemos se para mim ou para eles.
