Não tenha pressa
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Não tenha pressa


Publicado 26/06/2017 12:53
Atualizado 26/06/2017 12:55

“Quando eu vou crescer?”, perguntou o garotinho de cabelos encaracolados. O resto eu não escutei. O ônibus chegou e os planos do pequeno se distanciaram de meus ouvidos. A mulher que estava ao seu lado, provavelmente sua mãe, lhe lançou um sorriso, como quem diz: “Eu daria tudo para ainda ser pequena”. O fato é que queremos demais o próximo dia e, por muitas vezes, nos esquecemos de agradecer o instante e o presente.

Ao menino de cabelos encaracolados, eu diria: “Calma, bonito. A vida é bela, mas também sabe ser cruel”. Quando somos pequenos temos a ingenuidade de pensar que ser criança é ruim. Hoje somos adultos carentes de muita coisa que tínhamos quando ainda não sabíamos viver sozinhos. E eu não estou dizendo que não é legal ser adulto. Mas, precisamos nos lembrar de agradecer em todas as fases da vida.

Quando somos crianças ainda não conhecemos boletos, não temos consciência das maldades do mundo e nem nos sentimos otários nas mãos dos políticos corruptos. Quando somos adultos, podemos tomar nossas próprias decisões, podemos viajar e fazer planos. Mas, quando somos crianças, não entendemos o quanto ser pequeno vale a pena e faz bem para o coração. E quando nos tornamos adultos, esquecemos que a vida pode ser mais divertida ao mantermos a alma aberta e o coração doce.

Não reclame por tão pouco. Não perca o dia de hoje pensando em que como seria determinada situação. Viva cada minutinho. Agradeça cada segundo. Não tenha pressa. Seremos sempre crianças querendo crescer e adultos saudosos por uma infância que passou rápido demais. O segredo é viver e sonhar, seja com 5, 18 ou 80 anos. 


Não tenha pressa








Luiza Adorna Jornalista, sonhadora e escritora. Apaixonada pelas letras e pelo jornalismo desde criança. Gosta de observar a vida e registrar o que enxerga pelas ruas. Gosta de contar a história das pessoas. Gosta de narrar a existência humana. Notas de Rua é um blog sobre a vida, sobre o cotidiano e sobre aquilo que não deve passar despercebido.